18/07/2023 às 08h32min - Atualizada em 18/07/2023 às 08h32min

A estratégia do pecuarista no 2º semestre de 2023

- Fabiano Reis
(foto:arquivo pessoal)
A semana começou com ligeira melhora nos preços do gado gordo em diversas praças produtoras, inclusive a de referência, São Paulo. As escalas se apresentam um pouco mais expressivas neste começo de semana, o que mostra ter havido negócios e que o pecuarista não cedeu a propostas menores.

Há uma espécie de cabo de guerra nas negociações entre indústria e produtores rurais, mas o cenário não é bem esse e merece observação dos operadores de mercado. Os preços internacionais da carne bovina estão mais baixos. O valor da tonelada exportada por empresas brasileiras também tem fortes diferenças negativas na comparação com o que havia há um ano, a arroba do boi gordo (mesmo em recuperação) decepciona o pecuarista e praticamente não há diferença entre boi comum e boi China no valor da arroba.

O tal cenário é extremamente desafiador, pois ele vai apontar como o pecuarista deve se comportar em torno dos seus investimentos neste segundo semestre e próximos anos. Um elemento considerável é a intenção de confinamento no país, mesmo agora ela já se apresenta baixa para o segundo giro. Não significa não ter rentabilidade, mas sim de prever uma margem e um risco não compensatório. Mesmo considerando a grande capacidade de troca entre arroba e insumos é algo que pode ser observado no mercado.

Em resumo, a estratégia do pecuarista precisa ser de cautela e de observação aos custos de produção e margens. Nunca a frase do professor Marcos Fava Neves fez tanto sentido: “é preciso que o produtor rural fique melhor, antes de ficar maior”.

Resgato o balanço de exportações do primeiro semestre de 2023, foram 882,67 mil toneladas, 5,33% inferior ao mesmo período de 2022, recorde nacional de embarques, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior. O problema é que a receita foi muito inferior ao 1º semestre do ano passado, uma queda de 22%. Basicamente, se vendeu mais e recebeu menos. E claro, isso reflete em toda a cadeia produtiva.

O valor da tonelada de carne bovina exportada segue em recuo a cada mês e isso tem muito relação com a China. No primeiro semestre de 2023 do volume total 59,8% teve a China como destino; Estados Unidos 5,2%; Chile 5% e outros países como Egito, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Hong Kong, com frações ainda menores.

Para encerrar, o pecuarista precisa se atentar aos números, em especial de sua criação. Na semana, devemos ver o mercado com a mesma tendência de negociação para arroba.

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