27/06/2023 às 14h00min - Atualizada em 27/06/2023 às 14h00min

Indústria sobe oferta por arroba para garantir escala

(Foto: Divulgação)
A cada semana que passar teremos valores melhores para a negociação do boi gordo nas principais praças brasileiras. A oferta foi enxugada ‘’ este elemento é muito claro e as boiadas prontas para o abate ficam cada vez mais escassas, puxando para baixo os dias garantidos de atividade fabril na indústria frigorífica. Escrevo isso, pensando que não se trata de uma virada de tendência, entre março e abril escrevia em nossa coluna sobre este período (e nem se trata de um grande mérito, pois era evidente) a tendência sempre foi essa! A questão agora é equalizar o cenário para obter o entendimento de até onde podemos ver a arroba do gado pronto.
 
A escala da indústria frigorífica brasileira está bem reduzida e, em alguns estados, a semana começa com uma melhora exatamente na disposição de animais para abate. Antagônica a frase? Não, não é. Se observarmos o movimento dos dias 19 a 23 de junho, observe que os preços subiram mais, a indústria ofertou mais preço e, com isso, apareceu gado para abate. Como não?
 
O que quero dizer é que para ter animais para trabalhar, a oferta tem que subir. É a relação de oferta e demanda, tão natural quanto as ofertas e valores mais baixos pela arroba quando havia uma quantidade bem maior de animais para ir ao abate. Para traçar um comparativo, no Mato Grosso do Sul na semana passada a escala estava inferior a quatro dias com arroba em R$ 229,05. Os valores de fechamento desta segunda-feira, 26/6, tem cinco dias de trabalho garantidos e arroba negociada em R$ 239,10. Na praça de referência, São Paulo, a escala subiu de 6,8 dias para 9 dias em uma semana. Os preços da arroba do “boi China” evoluíram no mesmo período de R$ 244,00 para até R$ 255,23. Mato Grosso, maior rebanho do País, a escala ficou estável em seis dias e arroba saiu de R$ 210, para R$ 213,50.
 
Outros fatores que precisam ser salientados está no mercado atacadista paulista, os preços sobem é um indicador importante. Outro elemento que preciso citar é a “não evolução” dos preços da carne bovina exportada, principalmente para a China. Para os asiáticos havia uma bonificação realmente importante e que não tem comparecido nos últimos contratos. O mercado interno também não evolui no consumo final e acredito que a situação já se tornou um problema de todos. Para ilustrar a questão, no Estado de São Paulo, de janeiro a maio de 2023, houve queda 15% para arroba, recuo de 7% no atacado e apenas 3,4% do consumidor que adquire o produto final no varejo 3,6%. Está na hora de brigar para o consumidor brasileiro tenha acesso. O preço final não condiz com a realidade e cerca de 70% da carne bovina fica no Brasil, um dos mais importantes mercados consumidores do mundo.
 
Para encerrar, a tendência segue sendo de alta, mas o segundo semestre e, provavelmente, o ano de 2024, são períodos de recuperação, no qual não devemos ver uma “explosão” de preços para arroba. Na semana a expectativa é de sequência de alta, a indústria está tentando estabelecer um “cobertor” para os momentos mais críticos da entressafra. É importante estar atento.
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