06/06/2023 às 14h20min - Atualizada em 06/06/2023 às 14h20min
Volume de animais prontos para entrar no mercado ainda é expressivo
(Foto: Divulgação). O mercado da pecuária segue em direção ao período de entressafra e a expectativa é de melhoras para o preço final da arroba do boi gordo, com equilíbrio da oferta e demanda. A cadeia produtiva da carne bovina segue seu caminho e com o fechamento do mês de maio com forte volume embarcado de carne, foram 168,5 mil toneladas embarcadas no período e, os dados do relatório de abates do 3º trimestre de 2023, com elevação de 4,8% dos animais (totais) comparado ao 1º trimestre do ano passado.
Como habitual, começo a argumentação com o destaque final do parágrafo de abertura. E, observem com atenção aos destrincharmos o relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. O total de bovinos abatidos no 1º trimestre de 2023 foi de 7.344 milhões, alta de 4,8%, frente ao mesmo período do ano passado (como escrevi, anteriormente).
Em linhas gerais, o abate de fêmeas (vacas+novilhas) contou com variação positiva de 17,9% em relação ao 1º trimestre de 2022, já o abate de machos retraiu 3,8% na mesma comparação. Quando aplicamos a lupa sobre o abate de vacas, observamos abates de 2379 milhões, com alta de 18,7% e, ao observar as novilhas 885 mil, com elevação de 15,7% frente aos três primeiros meses do ano passado.
Como escrito antes, o abate de machos no Brasil recuou 3,8%. De bois, o total abatido totalizou 3.675 milhões (-6,7%), de novilhos 406 mil animais, com alta de 33,7% frente ao 1º trimestre de 2022.
O resumo do volume de abates deixa claro o fator de abater mais fêmeas no começo de 2023 e, chama a atenção o fato de abater um volume maior de machos jovens. Ainda que o volume seja baixo comparado ao número de bois (406 mil animais) a alta é bem expressiva e chega aos tais 33,7% de alta.
Na última quinta-feira vimos também o relatório final do mês de maio/23 da Secretaria de Comércio Exterior, que apontou o volume exportado de carne bovina em 168,5 mil toneladas, quase 11% acima do montante embarcado no mesmo mês, no ano passado. Por outro lado, os valores da receita foram mais baixos, mesmo com um valor de tonelada ligeiramente acima dos US$ 5 mil. O total da receita ficou em US$ 859.213 milhões, contra US$ 983.291 milhões, queda de 12,62%.
O cenário descrito acima é causa direta do valor da tonelada de carne bovina exportada que recuou muito entre maio de 2022 e 2023. A queda é de 21%, com valores depreciados de US$ 6.453,91 para US$ 5.098,90, trazendo forte impacto para a receita final da indústria frigorífica exportadora.
Para encerrar, a expectativa segue de ver preços mais equilibrados para arroba do boi gordo no Brasil, com uma melhor relação entre oferta e demanda no país. Tal fato pode ocorrer a partir da segunda quinzena de junho e, mais provavelmente, em julho. O fator de esperar, com maior certeza, o tal “equilíbrio” no sétimo mês do ano, está relacionado há existência de animais terminados de forma plena e que vão entrar no mercado. No momento, até a frágil estabilidade de preços na arroba está mais relacionada ao volume mais fraco de negócios com gado em todo País.