Eu tenho escrito por aqui, em nossa coluna, De Olho no Mercado, dois assuntos recorrentes, um voltado para oferta de animais de reposição, bezerro e gado magro, cada vez mais escassa e desafiando quem precisa apurar a categoria animal para eventos comerciais, como os leilões. Outro tema, era a inevitável queda em maio para arroba do boi gordo, que foi fato, mas também a situação de redução das escalas de abates nas indústrias brasileiras.
O mês de junho começou desta forma, com o bezerro ganhando força nos preços praticados, como nos meses anteriores (leia o artigo da semana passada) e a indústria, ainda com algum conforto na escala, mas com sentimento de necessitar de compras. O que fica cada mais evidente.
Algumas praças de comercialização dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, tiveram elevações ou negócios acima dos preços de referência. A estratégia de quem compra é não permitir os valores acima da referência se converterem em padrão ou, ao menos, reduzir a velocidade na qual o fato começa a se consolidar. Os pecuaristas exigiram negócios melhores e em partes destas praças há um rumor de falta de “Boi China”, o que justifica algumas negociações, mesmo com sete dias de escala industrial para abate.
Para encerrar, as expectativas não mudam. A relação de troca de arrobas de boi gordo versus bezerro, deteriorou em detrimento ao boi. Em maio, de acordo com o Cepea, houve um aumento do “bezerro” de 8,3% frente a abril. A conta agora está em 9,12 arrobas para aquisição de um bezerro, mas segue sendo um bom negócio, mesmo com a elevação no custo de quem termina animais