24/05/2023 às 14h26min - Atualizada em 24/05/2023 às 14h26min

Mais arrobas com semiconfinamento

João Menezes
(Foto: Arquivo Pessoal)
A seca é inevitável, em um ano é mais acentuada e em outros mais amena e menos prejudicial, mas todo ano ocorre. Aqueles animais que estão quase prontos para o abate e têm peso para ser engordados podem perder condição corporal ou apenas mantê-la, sendo necessário muitas vezes a castração e mais um ano de engorda. Para adiantar essas boiadas, uma das alternativas é o semiconfinamento e o abate deles depois de 60-120 dias de trato. Mais fácil operacionalmente que o confinamento e de menor investimento em equipamentos e instalações.
 
Toda propriedade que trabalha com recria e engorda tem animais em ponto de engorda ou quase gordos nessa época do ano, início da seca, mas com as mudanças climáticas, frio, pouca chuva e dias mais curtos pode faltar forragem para sua terminação nesse período do ano.
 
Uma estratégia é a alimentação em semiconfinamento onde o fornecimento de concentrado, equivalente a 0,5-1,5% do peso vivo, 2 a 6 kg/cab.dia pode permitir que esses animais continuem ganhando peso e sejam abatidos ainda durante a seca. Numa época que os animais piorariam a condição corporal e perderiam gordura acumulada na época das chuvas, há aumento do peso e melhora do acabamento desses animais.


Importante planejar a logística, pois o trato é diário e pastagens distantes pode dificultar alimentação nos horários corretos e dependendo da quantidade de animais inviabilizar o trato. A disponibilidade de cochos (0,5-0,6 m/cab.) e aguadas adequadas são importantes para evitar problemas de dominância e facilitar para que todos os animais tenham acesso à ração e água de boa qualidade. Lotes uniformes em raça, peso e sexo também diminuem problemas de competição pelo alimento e desuniformidade da engorda.
 
A oferta de forragem impacta positivamente no ganho dos animais semiconfinados, portanto se os pastos tiverem uma boa quantidade de forragem, acima de 3.000 kg de matéria seca/ha, os ganhos serão melhores, sem elevação do custo. As mangas ou locais onde estarão os cochos devem, de preferência, ter boa declividade e drenagem para evitar lama que afeta tanto a operacionalidade dos tratos como o desempenho animal.
 
Os pastos escolhidos para o semiconfinamento, além de serem bem localizados e com boa oferta de forragem, devem ser aqueles que possuem forrageiras que perdem o valor nutritivo mais lentamente na seca, como as B. brizanthas. A vedação escalonada de pastagens que serão usadas para os animais a serem tratados pode aumentar a oferta e melhorar a qualidade da forragem disponível aos bovinos.

Conclusão
O semiconfinamento pode ser usado para terminação de animais em propriedades rurais sem muitos investimentos em equipamentos e benfeitorias.

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