Na pecuária de corte e de leite, os bons índices de produtividade estão relacionados a alguns fatores que determinam o desenvolvimento sustentável das atividades. Dentre estes, pode-se dizer que a alimentação é um dos mais importantes.
No Brasil, a base da alimentação sólida dos animais é a pastagem. Para que eles possam expressar todo o seu potencial genético para a produção de carne ou de leite, primeiramente, é necessário atender as exigências de nutrientes para a manutenção desses bovinos, para, então, cumprir os requisitos de produção e, posteriormente, de reprodução.
Porém, como a maioria dos solos brasileiros sofre pela deficiência de nutrientes, a nutrição do rebanho precisa ser corrigida via adubação das pastagens e/ou suplementação dos animais. Nesse sentido, a gestão alimentar corrige falhas e melhora a dieta dos animais
“A suplementação de nutrientes na alimentação dos bovinos é uma prática necessária em sistemas produtivos em que há déficit na dieta”, explica a zootecnista e responsável técnica da Minerthal, Letícia de Souza Santos.
Segundo a especialista, com o fornecimento preciso da proteína e da energia requeridas pelo animal e provenientes de farelos, obtém-se maior desempenho animal, gerando, assim, melhores índices zootécnicos, como maior peso ao abate, maior ganho de peso diário, melhor taxa de prenhez, maior produção de leite, mais quilogramas de bezerros desmamados por vaca exposta, entre outros.
“De modo geral, os farelos ajudam os animais a alcançarem maior desempenho em ocasiões que a proteína e/ou energia são os nutrientes limitantes. Para suplementar a quantidade requerida pelo animal e que pode estar limitando a produção, podemos utilizar farelos proteicos, que são caracterizados por possuírem acima de 20% de proteína bruta (PB) em sua composição”, recomenda Letícia. Ela acrescenta que, como fonte energética, os farelos dessa classe em geral apresentam menos de 20% de PB.
A zootecnista destaca que a melhor opção de suplementação animal está alinhada com três fatores principais: pastagem, animal e meta de desempenho. “Os nutrientes variam de acordo com o tipo de pastagem, espécie, época do ano e tipo de solo. Assim, entender qual é a forragem utilizada, caracterizando os níveis dos nutrientes presentes nela, é um ponto chave na escolha da suplementação”, observa.
Letícia informa que os nutrientes exigidos variam de acordo com a categoria (vaca, bezerro, novilha etc.), idade e peso. “Completando esse tripé, em relação ao desempenho, a meta a ser alcançada em determinado tempo é crucial para escolha da suplementação, visto que as metas mais desafiadoras necessitam de suplementação mais intensiva”, argumenta.
De acordo com a zootecnista, após caracterizar esses três pilares, pode-se partir para a interação entre eles e escolher a melhor suplementação para uma determinada categoria animal naquela pastagem com tal meta de desempenho. “Há diversos indicativos para entender que é necessária a suplementação animal, como baixo desempenho animal, problemas de sanidade e problemas comportamentais”, aponta a zootecnista.
Nesse sentido, ela acrescenta que a suplementação mineral proteica e/ou proteica energética deve ser aplicada sempre que houver limitação na ingestão de proteína ou energia para os animais.
“Os principais farelos proteicos utilizados são o farelo de soja, de algodão e de amendoim e os grãos secos de destilaria. Já os principais farelos energéticos fornecidos aos bovinos são o milho, a casca de soja, polpa cítrica e farelo de arroz”, arremata Letícia.