As forrageiras tropicais apresentam teores de proteína menores que as de clima temperado e a adição de ureia à dieta pode melhorar a oferta de proteína aos animais de forma econômica, principalmente na seca. Porém nas poucas chuvas desse período, e na transição da seca com as águas, podemos ter problemas com o uso de ureia e intoxicação de animais. Vários cuidados podem ser efetivados para evitar a intoxicação por ureia nos dias molhados, desde interromper o fornecimento, usar fórmula sem esse ingrediente ou utilizar o produto de liberação lenta.
As forrageiras tropicais apresentam menores teores de proteína que aquelas temperadas. Na seca, normalmente a forragem existente foi a que sobrou das águas, está passada e pobre em energia e proteína. A utilização de suplementos proteicos e, principalmente, aqueles que tem ureia em sua formulação são comuns e melhoram a degradabilidade ruminal e o desempenho animal (Figura 1). A ocorrência de chuvas, mesmo em pouca quantidade na seca e na transição para o período de chuvas pode molhar esses suplementos e por ser de alta solubilidade podem elevar o risco de intoxicação por ureia.
O uso de cochos cobertos é uma das estratégias melhor recomendada, pois evita em grande parte o umedecimento do produto e sua perda quando adequadamente dimensionado. Quando os cochos são furados, a primeira e a mais comum das alternativas, diminui o problema de empoçamento de água, porém em muitos casos, se o furo é pequeno, entope e se é grande, vaza concentrado que se perde no chão.
O mais comum é interromper o fornecimento nos dias chuvosos, porém, quando isso ocorre por muitos, dias é necessário readaptar os animais ao uso de ureia novamente, demorando para restabelecer o consumo desejado e a ingestão adequada de proteína.
Se a propriedade tiver uma fórmula com bom teor de proteína, porém sem ureia para usar nos dias chuvosos, diminui muito o risco de intoxicação e facilita a readaptação caso a chuva persista por muitos dias, com a mistura das duas fórmulas quando o clima voltar a ser favorável à utilização do produto com ureia novamente.
Outra estratégia é utilizar ureia de liberação lenta. Existem produtos testados no mercado que não são tão solúveis e eliminam esses riscos tanto no cocho como em caso de ingestão do produto por animais menos adaptados. Esses produtos têm uma liberação gradual da ureia e o risco de intoxicação é amenizado, além de melhorar a eficiência na sua utilização, melhorando o desempenho animal.
A ureia é uma boa fonte de proteína, porém seu uso requer outros cuidados além de uma boa adaptação. Desde que bem usada, traz bons resultados e melhora o desempenho animal.