De acordo com o Relatório de Desmatamento no Brasil do MapBiomas, a energia solar fotovoltaica passou a ser a terceira maior fonte de energia do Brasil, com produção ultrapassando a das termoelétricas. Portanto, temos as três maiores fontes de produção de energia limpa: hidroelétrica, eólica e solar. Mas nem tudo são rosas.
Segundo o mesmo relatório, aparentemente o país não tem uma política pública para evitar o desmatamento em todos os seus biomas, com mais intensidade na Amazônia. A derrubada de árvores e as queimadas ainda colocam o Brasil no mapa dos países que mais produzem gases do efeito estufa e destroem o seu meio ambiente.
No mesmo ano em que o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento até 2028, na reunião da COP 26 realizada na Escócia, temos a informação que o desmatamento cresce assustadoramente no país. Passando dos 0,16% de cada hectare ao dia em 2020 para 0,18%. É um frenesi: são desmatados 111,6 hectares por hora, 1,9 hectare por minuto ou 18 árvores por segundo.
Um dado que assusta ainda mais, é que toda essa destruição está concentrada na Amazônia. De todo esse desmatamento, 59% foi na floresta. Entre os alertas de queimadas, 66,8% foram feitos no mesmo período para a mesma região.
A agropecuária é acusada de ser uma das responsáveis pelo desmatamento do país em conjunto com o garimpo, a mineração e a expansão urbana, diz o relatório.
"O desmatamento em geral aconteceu por conta da conversão da floresta para atividade agropecuária, seja pecuária, seja agricultura. Depois vem o garimpo, o segundo grande motivo”, diz trecho do texto.
Para chegar a essas informações, há dados cruzados de imóveis rurais que constam no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que correspondem a 77% da área total.
Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, explica que os atos de desmatamento não acontecem no anonimato. “3 em cada 4 desmatamentos detectados no Brasil você consegue identificar um responsável, porque está no cadastro (CAR). Então deveria ter as ações sobre eles. O que vemos é que não existe da direção do órgão ambiental no nível federal a vontade de enfrentar esse problema de frente”.
Além da Amazônia, há outros biomas que também estão sendo dilapidados. O Cerrado e a Caatinga recebem destaque. “Foram mais de 997 mil hectares de vegetação nativa destruídos no ano passado – um crescimento de quase 15% em relação aos 851 mil hectares desmatados em 2020 que, por sua vez, já haviam representado um aumento de 10% em relação aos 771 mil hectares de desmate em 2019”, aponta o relatório, segundo o G1.
Os biomas da Amazônia, do Cerrado e da Caatinga somam 96,2% da área desmatada em 2021 no Brasil e os estados que mais desmatam são o Pará, seguido por Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Bahia. Juntos, os estados são responsáveis por 55% de todo o desmatamento medido no país em 2021.