05/01/2023 às 13h17min - Atualizada em 05/01/2023 às 13h17min

Brasil vai deixar de ser o pária internacional devido ao desmatamento, diz novo ministro

O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro, disse em seu discurso de posse na última segunda-feira (2) que o Brasil vai deixar de ser um pária internacional devido à falta de políticas púbicas que enfrentem o desmatamento, as queimadas e degradação de terras e rios com o garimpo ilegal. “Vamos ter uma produção sustentável”.


O ministro repetiu o presidente Lula ao afirmar que temos perto de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas para ocupar, antes de pensar em derrubar mais uma única árvore na fronteira agrícola. Fávaro afirmou que, se o país conseguir ocupar essa área degradada com reflorestando, pecuária e produção de grão, o Brasil dobra sua atual safra em apenas 20 anos.


Para Fávaro, o Brasil é um dos poucos países no mundo que tem essa possibilidade. No entanto, para manter e ampliar nossa produção agropecuária, é necessário parar o desmatamento imediatamente. Isso porque, nossas matas intocadas são fundamentais para a manutenção dos ciclos climáticos. E são eles que permitem que, além de boas terras, o Brasil tenha o volume de chuvas para o sucesso da nossa produção no campo.


“(Ao) Precarizar o combate ao clima, ao meio ambiental, estamos matando a galinha dos ovos de ouro e o futuro as novas gerações. Vamos abrir as portas para crescimento sustentável”, enfatizou ao assumir.

Aliado às condições climáticas apropriadas para a agropecuária, temos o privilégio de ser o país que tem a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo ele, tivemos avanços imensuráveis no campo em função da atuação e das pesquisas que a Embrapa propicia. “Temos clima, gente vocacionada, tecnologia, máquinas e sementes, clima, chuva abundante e estabilidade climática”, lembrou.

Uma guinada na nossa política ambiental vai construir pontes, segundo afirmou. Isso significa reafirmar a necessidade de uma produção agrícola sustentável e a ocupar os espaços diplomáticos necessários para romper o isolamento do agronegócio brasileiros em alguns países. Na palavra do novo ministro, “construir pontes”. Essa nova postura deve abrir os mercados que fazem restrições à nossa produção agrícola devido à falta de uma política de proteção do meio ambiente.


Par ele, sustentabilidade não vem apenas da manutenção das nossas floretas. Ele citou a preparação de mão de obra para o setor e políticas destinadas ao incremento da produção, incluindo os pequenos produtores e os agricultores familiares. Para ele, os todos os produtores rurais, grandes ou pequenos, têm os mesmos interesses. Não são adversários ou inimigos.


Ele também lembrou que, em 2003, ao assumir a primeira vez a presidência da República, o presidente Lula encontrou uma produção nacional de grãos que girava e torno de 70 milhões de toneladas ano. Hoje, 20 anos depois, graças aos produtores rurais e pecuaristas que investem, e à Embrapa que pesquisa, ultrapassamos os 300 milhões de toneladas grãos, ao ano.


Não sabemos se o novo ministro vai conseguir alcançar todas as suas metas. Ele faz um diagnóstico cru e nu das políticas de meio ambiente dos governos anteriores que nos trouxeram até essa encruzilhada que, equivocadamente, permite atribuir ao agronegócio, os nossos problemas climáticos. Na realidade, esse é o papel do governo federal, da legislação, das suas políticas e dos órgãos de fiscalização e controle.


O produtor rural sabe exatamente qual é o custo que ele paga com suas terras degradadas. Ele é o maior perdedor. Esperamos que o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tenha sucesso. O sucesso dele, será o do agronegócio brasileiro.


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