30/01/2023 às 10h34min - Atualizada em 30/01/2023 às 10h34min

Mapa estuda novos modelos de financiamento para práticas sustentáveis na agropecuária

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou um estudo para definir modelos de financiamentos alternativos que podem impulsionar a adoção de novas formas de produção sustentável. Renata Miranda, secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, explica que o objetivo é aproximar o produtor, o setor privado e os interessados em potencializar a capacidade do Brasil em mitigar a emissão de carbono.

“Vamos modelar uma prática de crédito que vai disponibilizar taxas de juros menores quanto maior for o apetite do produtor em adotar tecnologias sustentáveis. Podemos ser protagonistas desse mercado no mundo através da descarbonização da agricultura. Temos muito a trabalhar, mas com certeza temos muito a produzir nesse setor”, disse a secretária. O tema foi debatido em reunião com o diretor do Earth Innovation Institute, Daniel Nepstad, e Guilherme Quintella, da Taxo Agroambiental, nesta quinta-feira (26).

Para o ministro Carlos Fávaro, a descarbonização deve ser prioridade. “É a contemporaneidade do Ministério da Agricultura, que eu quero deixar como legado”, comentou.

O sequestro do carbono no solo depende de fatores como cobertura vegetal, práticas de manejo e classes de solo. A adoção de práticas agrícolas sustentáveis como o Sistema de Plantio Direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, pode aumentar o estoque de carbono do solo, reduzindo a liberação do gás carbônico na atmosfera.

O Brasil pode ser uma liderança global na descarbonização da produção de alimentos, na avaliação de Nepstad. “O Brasil está muito bem posicionado, todas as ferramentas e oportunidades estão aí e está na hora de implementar isso. Hoje existem oportunidades de conseguir o financiamento e os sinais do mercado necessários para fazer essa transição”.

Para Quintella, o Brasil deve avançar na busca de procedimentos de quantificação de e identificação do carbono no solo. “É muito importante que o Brasil avance nessas discussões, especialmente no carbono do solo do Cerrado, onde o Brasil domina essa tecnologia com maestria. O papel da Secretaria e do Mapa é enorme na identificação e na qualificação desses padrões de sequestro de carbono”, disse. O assessor especial do Mapa Carlos Augustin também participou da reunião.

Na última quarta-feira (25), representantes de indústrias de bioinsumos, de empresas que trabalham com crédito de carbono, da Embrapa, de universidades e do Mapa reuniram-se em São Paulo para esboçar uma política pública de incentivo a uma produção agropecuária mais sustentável.

Da Redação, com Mapa

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