Cerrado e novas variedades devem dobrar produção brasileira de trigo

28/09/2022 10h34 - Atualizado em 28/09/2022 às 10h39

Variedades adaptadas de trigo abrem caminho para a produção no Cerrado e elevam a oferta do cereal no mercado interno, diminuindo a dependência das importações. Hoje os produtores que atuam no Cerrado plantam milho e soja. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou comunicado onde explica que a produção no Cerrado vai ajudar a acabar com a dependência externa para o cereal.

As variedades adaptadas são desenvolvidas para o cultivo com lucro em clima seco e quente, como o da região Centro-Oeste. Hoje as áreas de produção do cereal no Brasil estão no Sul, com clima frio e úmido.

Técnicos da Embrapa realizaram um dia de campo com 130 produtores da região, apresentaram as novas variedades e disseram que o Brasil pode dobrar a sua área plantada com a chegada da cultura no Cerrado.

Além da adaptação da cultura ao clima severo, Júlio Albrecht, pesquisador da Embrapa Cerrados, anunciou que a produtividade por hectare no Centro-Oeste pode ser de 6 toneladas. Esse volume é o dobro da média nacional.

Para a surpresa geral, ele apresentou uma variedade, cientificamente chamada BRS 264, que alcançou a produção de 9,6 toneladas em um hectare em lavoura comercial e ainda disse que esses números podem ser melhorados.

Ao site especializado em economia, MoneyTimes, Júlio Albrecht disse: “acreditamos que é possível chegar a 12 ou 13 toneladas por hectare, em um ciclo de produção de 130 dias, mantendo a qualidade industrial da farinha para a produção de pão”.

O agricultor William Matte da região que planta trigo há 5 anos afirma: “a região Centro-Oeste é propícia para aumentar a produção de trigo no País” e “com certeza vamos parar de importar trigo”.

A expectativa, com aumento da área plantada, é que o Brasil produza em 2022, 11 milhões de toneladas, um recorde. O mercado interno brasileiro consome 12 milhões de toneladas. Mesmo assim, ainda vamos ter que importar, especialmente da Argentina.

Da Redação, com MoneyTimes

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