26/09/2022 às 08h30min - Atualizada em 26/09/2022 às 10h12min

Alta de bovinos terminados e queda do consumo baixam preço da carne bovina

Oferta de bovinos terminados para o abate em alta pressiona o preço para baixo, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A alta de juros, com o chamado aperto monetário na política econômica para controle da inflação, esfria a demanda. Os consumidores buscam as proteínas mais baratas. A informação é do boletim AgroConab, da Conab, que traz informações dos preços internos e externos, quadro de oferta e demanda e perspectivas de curto e médio prazo das principais culturas de grãos e do mercado de carnes.

O boletim informa que o atual cenário para a carne bovina vai se manter no curto prazo. Os preços médios do boi gordo recuaram 3,7% em agosto de 2022, na comparação com o mês anterior. O quilo no atacado é de R$19,86, o que corresponde a pouco menos de R$300 por arroba ao produtor de São Paulo.

No mesmo período, as exportações cresceram em 18,8%. No acumulado de janeiro a agosto, o volume exportado de carne bovina superou em 15,4% em relação ao ano anterior. De todo o volume exportado, somente no mês de agosto, mais de 50% teve como destino a China, após forte ajuste na oferta de suínos que voltou a aquecer a demanda por carne bovina.

“A forte demanda chinesa favorece o setor pecuário brasileiro na atual conjuntura”, explica o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. “Esse movimento reflete a escassez no mercado mundial, bem como a alta competitividade do produto brasileiro. Entretanto, com a gradativa recuperação da produção interna daquele país, a tendência é que a médio prazo a demanda externa pela carne brasileira reduza”.

Com relação à disponibilidade da carne bovina no Brasil, embora o consumo interno ainda apresente um cenário restritivo, as primeiras estimativas apontam para leve recuperação de 2,9% na produção em 2023. O aumento das exportações tem mitigado os efeitos do baixo consumo interno, que segue restrito por conta dos preços elevados e opções de proteínas de qualidade com preços menores, especialmente carne suína. No entanto, em 2023, os estudos indicam uma possível recuperação dos níveis de consumo.

Frango
A demanda pela carne de frango segue acentuada. O motivo é o preço da carne bovina. No curto prazo, a perspectiva é de estabilidade de preços, com a boa demanda interna e exportações aquecidas. Já para a carne suína, embora agosto tenha registrado boa recuperação das exportações para a China, a tendência é de desaceleração gradativa da demanda externa, lembrando que o produtor deve ficar alerta para ajuste de oferta.

O boletim AgroConab traz ainda detalhes dos mercados de algodão, arroz, feijão, milho, soja e trigo.

Da Redação, com Conab

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