O setor agropecuário, com o aumento nos preços internacionais, pesou mais nas exportações brasileiras e no resultado positivo da balança comercial em agosto. O volume de todos os produtos exportados caiu, mas o desempenho razoável se deve ao agronegócio.
O volume de mercadorias embarcadas subiu 10,7% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 31,3%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada subiu 15,7%, com o preço médio aumentando 13,9%.
A queda do preço internacional do ferro e o encarecimento de fertilizantes e petróleo fizeram o superávit da balança comercial encolher em agosto. No mês passado, o país exportou US$4,165 bilhões a mais do que importou – queda de 48% em relação ao registrado em agosto do ano passado.
De janeiro a agosto deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$44,054 bilhões. Isso representa 15,8% a menos que o registrado de janeiro a agosto do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os oito meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$52,039 bilhões.
No mês passado, o Brasil vendeu US$30,84 bilhões para o exterior e comprou US$26,675 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em agosto, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 18,4% em relação a agosto do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior: 31,5% na mesma comparação.
No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques e dos preços internacionais das mercadorias do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu, em média, 8% na comparação com agosto do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 5,3%. A desaceleração dos preços foi puxada pelo minério de ferro, cuja cotação caiu 52,6% na mesma comparação, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 14,3%.
Nas importações, a quantidade comprada subiu 14,9%, mas os preços médios aumentaram 20,5%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, gás natural, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Da Redação, com Agência Brasil