16/03/2022 às 06h54min - Atualizada em 16/03/2022 às 12h23min

Grãos e carnes brasileiros chegam a 200 novos mercados nos últimos três anos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que desde 2019 o Brasil abriu mais 200 novos mercados para o agronegócio e a agropecuária brasileiras. Esta semana foram abertos os mercados da carne bovina e da carne suína para o Canadá. São 51 países que importam alimentos e tecnologia em um comércio cada dia mais competitivo e globalizado. Somente em 2022, já foram abertos 15 novos mercados. Outros 77 foram registrados em 2021 e 74 em 2020. Em 2019, 35 mercados entraram para a lista de exportação do Brasil.

O Mapa, nesse período, diversificou as possibilidades de exportação para os produtores brasileiros, com o propósito de reduzir a concentração da pauta exportadora tanto em produtos, quanto em destinos. Aberturas de mercados são resultado de negociações bilaterais que culminam no acordo onde entram a sanidade a serem atestados e certificação correspondente, sanitário, fitossanitário ou veterinário, que passam a ser aceitos pelos países importadores nos pontos de entrada da mercadoria.

A abertura de mercado, no entanto, não significa a ampliação imediata do comércio. É preciso, ainda, um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos clientes, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação.

Variedade

A ampliação da pauta de exportações de produtos agropecuários superou a marca de 200 mercados reforçando a sua importância para a soberania alimentar do mundo. Além de garantir a produção para consumo nacional, nos últimos três anos uma variedade de produtos nacionais chegou aos mais diversos países.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo), atrás apenas de China, Estados Unidos e Índia, sendo responsável por 7,8% da produção total mundial, e o segundo maior exportador de grãos do mundo, com 19%, alcançando US$ 37 bilhões em 2020.

Soja, açúcar, café, carne de aves e carne bovina encabeçam a lista de novos mercados abertos pelo Brasil. Foram 24 mercados internacionais para as sementes brasileiras, 24 para produtos bovinos, 22 para animais vivos e 19 para produtos de aves.

No entanto, os mercados externos não contemplam apenas a venda de produtos tradicionais dos quais o Brasil já é um grande exportador. Roedores para o zoológico do Chile e até milho de pipoca para a Colômbia estão na lista.

Vizinha, a Argentina é o país com o maior número de novos mercados abertos para os produtos brasileiros, somando 27. Neste ano, o país sul-americano passou a importar do Brasil vergalho bovino para a produção de chews para pets. O produto bovino serve de petisco para que animais, como cachorros, mordam por ser bastante resistente, auxiliando também na limpeza dos dentes dos animais domésticos.

Para o país vizinho ainda são vendidos carne de anfíbios e aparas de pele de bovinos para gelatina.

Tecnologia exportada

Já para o Egito, segundo país com o maior número de novos mercados brasileiros abertos, as carnes bovinas e de frango são o destaque. Desde 2021, o país africano vem negociando sementes de hortaliças, frutas e verduras. Beringela, melancia, pepino, tomate, pimentão, pimenta, abóbora, milho, linho e cenoura estão na lista.

Na avaliação do adido agrícola do Brasil no Egito, Cesar Simas Teles, essas recentes aberturas de mercado constroem uma parceria muito interessante. Permitem a exportação de um produto com maior valor agregado. “Estamos vendendo tecnologia neste caso. Isso ainda permite que as nossas empresas tenham uma base internacional, já que o governo local tem como objetivo atrair representantes brasileiros para produzir as sementes in loco e abastecer a demanda local, utilizando o Egito como plataforma para a exportação para outros países na África e Ásia”.

Os adidos atuam como embaixadores do agronegócio brasileiro. Dos 201 mercados internacionais abertos, 63% deles estão em países com representação dos adidos agrícolas. São eles que negociam o acesso aos países estrangeiros, promovem a comercialização de produtos, monitoram a legislação do local de importação para que todos os critérios sanitários e fitossanitários sejam atendidos, além de intervir junto aos governos brasileiro e local caso haja algum entrave comercial.

Dos produtos exportados pelo Brasil, a tecnologia também está presente no material genético de aves, como os ovos férteis que chegam a Marrocos, Camarões, Japão, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Uganda e África do Sul.

Já para a Argentina, o Canadá, Zâmbia, Qatar, Mianmar, Camboja, Iêmen, Cuba e Irã são comercializados material genético bovino como sêmen e embriões. A Argentina ainda tem mercado para o sêmen suíno. E para os Estados Unidos e Paraguai seguem embriões e sêmen equino. No total, o material genético tanto avícola quanto bovino, suíno, equino e bubalino somam 32 mercados abertos pelo Brasil desde 2019.

Os países com mercados abertos para os produtos do agronegócio brasileiro somam 51 países, sendo 24 asiáticos, 18 americanos, oito africanos e um da Oceania.

Da Redação, com o Mapa


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