O agronegócio brasileiro mostrou resiliência no primeiro semestre de 2025. Apesar dos desafios, como o caso de gripe aviária confirmado em maio e a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, o setor faturou mais de US$ 82 bilhões com exportações, segundo o Cepea (Esalq/USP), com base em dados do governo federal.
O valor representa leve queda de 0,2% em relação ao mesmo período de 2024. O volume embarcado caiu 2,9%, mas a alta de 2,7% no preço em dólar ajudou a segurar as receitas. Com a desvalorização de 5,7% do câmbio, o faturamento em reais teve crescimento de 5%.
Entre os destaques, carnes bovina e suína, óleo de soja, celulose e algodão tiveram aumento no volume exportado. Café e suco de laranja se beneficiaram da alta nos preços. No caso da carne bovina, as vendas para os EUA caíram em junho, mas cresceram para China, México, Chile e outros países da Ásia.
Já a carne de frango enfrentou suspensão temporária das exportações por causa da gripe aviária registrada em Montenegro (RS). O Brasil voltou a ser reconhecido como livre da doença em 18 de junho. Mesmo assim, o setor fechou o semestre com faturamento 4,5% maior, puxado pela alta de quase 5% no preço médio em dólar.
Para os próximos meses, a expectativa é que café e suco de laranja mantenham preços elevados. Já grãos como soja, milho e trigo devem ser influenciados pela safra do Hemisfério Norte.
Segundo o Cepea, ainda há dúvida sobre o impacto das tarifas norte-americanas no comércio mundial. Mas como alimentos são bens essenciais, a tendência é que a demanda siga firme. Isso abre espaço para o Brasil buscar novos parceiros e ampliar as exportações agrícolas.
