O 2º Levantamento da Conab indica que o país terá uma nova safra recorde de soja na safra 201/2022, com crescimento de 3,4% e que o milho deve recuperar a produção, prejudicada este ano pelas questões climáticas. “Se confirmada, o Brasil deve recuperar seu protagonismo no mercado internacional, como segundo ou terceiro maior exportador mundial do cereal, além de ter uma recuperação dos estoques esperados ao final do ano-safra 2022/23”, pondera o superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
Essas revelações estão na nota de preços e mercados agropecuários, para 2022, produzia pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento tem a participação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). A Conab foi responsável pelo panorama da produção enquanto o Cepea analisou preços.
O clima vai continuar sendo uma das preocupações para várias culturas em 2022, e vai ser determinante, segundo o estudo. O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, sinaliza que o clima contribuirá para a formação dos preços dos produtos agropecuários. O diretor aponta que “os preços internacionais apresentam tendência de crescimento graças ao movimento de recomposição de estoques por parte de diversos países e ao aquecimento da demanda por grãos, principalmente os destinados para ração animal”.
Cotações no mercado interno
No terceiro trimestre deste ano, os preços domésticos registraram certa estabilidade em patamares elevados na comparação com o trimestre anterior. Os baixos estoques de soja no período e a demanda aquecida (tanto externa, quanto interna) justificaram a alta. Já o milho, que subiu em julho e agosto com as preocupações com o desenvolvimento da safra, registrou queda em setembro graças ao avanço da colheita da 2ª safra do grão.
Segundo Nicole Rennó, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, os movimentos dos preços domésticos agropecuários no terceiro trimestre foram bem variados. “Para os grãos, a estabilidade em elevados patamares refletiu a boa demanda e a oferta ajustada. Na pecuária, frango, leite e ovos subiram com o aumento da demanda por proteínas mais baratas e dos custos de produção, mas a arroba bovina caiu diante da suspensão dos envios desta carne à China”, disse ela.
No caso do café, a oferta restrita da safra atual, decorrente da bienalidade negativa, e o clima desfavorável foram responsáveis por colocá-lo no roll dos produtos que registrou o maior aumento de preço no terceiro trimestre deste ano. Os problemas climáticos vêm contribuindo para as altas no preço internacional em função da perspectiva de baixa produção para a safra 2022/23.
Da Redação, com Conab.