29/11/2021 às 11h28min - Atualizada em 29/11/2021 às 11h36min

Preços da arroba do boi vão continuar firmes em 2022 e a Scot prevê volta da China

O analista Alcides Torres, da Scot Consultoria, afirma que “o movimento de retenção de fêmeas observado desde de 2018 deve seguir no próximo ano e isso vai colaborar para a sustentação dos preços da arroba”, comentou. O registro é do clipping da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Para ele, em que pese a suspensão das exportações para a China, arroba do boi gordo conseguiu se recuperar. “Nos últimos trinta dias, os preços da arroba foram impulsionados pela baixa disponibilidade da oferta e a cotação passou de R$ 260,00 a arroba, para R$ 320,00 a arroba”, informou.

Com a fragilidade da economia e a inflação elevada, demanda no marcado interno fraca, vão provocar a continuidade do recuo no consumo e quem vai se dar bem são as proteínas alternativas. “Tivemos uma queda de 10kg no consumo per capita da carne bovina, que estava próximo de 35 kg/ano e agora o brasileiro consome em média 25 kg bovina por ano”, contou.

A redução de animais para abate levou a uma redução da oferta e a carne bovina subiu no atacado. A queda nas vendas no mercado interno está ligada a baixa capacidade de consumo. “Se a pessoa tem dinheiro ela vai pagar o preço que a carne está, mas o que está espantando o consumidor brasileiro é o fato de não conseguir comprar e tivemos uma migração para o consumo de carne de frango neste ano”, comentou.

Por isso, diz o clipping da Abrafrigo, “com a queda no consumo interno, a alternativa foi destinar boa parte da produção à exportação e a demanda chinesa seguiu muito aquecida até o mês de setembro. “Neste ano tivemos dois casos de doença da vaca louca nos estados do Mato Grosso e Minas Gerais em que a China deixou de comprar do Brasil e os embarques reduziram significativamente”, ressaltou Alcides Torres.

Para o analista, a demanda chinesa deve seguir impulsionando o mercado no próximo ano. “Nós esperamos que a China tenha um incremento de 5% na demanda por carne bovina, já que houve um aumento nos preços dos suínos na China de 50% em um mês e isso deve colaborar para eles buscarem a proteína brasileira”, disse.

Para ele, “importante que no próximo ano, o Brasil melhore os embarques com outros países para não ficar dependente da demanda chinesa. A meta é abrir novos mercados e ter a diversificação de compradores para o produto brasileiro. Os chineses devem ser autossuficientes na produção de suínos e de frango em breve, mas não vão ser em bovinos”, assegurou.

 

Da Redação.

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