A China, principal importadora de carne de frango do Brasil, está analisando rapidamente os protocolos necessários para suspender o embargo imposto ao produto brasileiro. A informação foi confirmada neste domingo (6) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante a cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. O ministro relatou que o assunto foi tema de uma reunião entre o presidente Lula e o primeiro-ministro chinês Li Qiang, que reconheceu o caso e garantiu que Pequim já avalia tecnicamente a retomada das compras.
O embargo foi estabelecido em meados de maio, após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O episódio foi considerado encerrado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o que já motivou dezenas de mercados a reabrirem suas portas à carne de frango brasileira. Apesar disso, China e União Europeia ainda mantêm restrições, ao lado de Chile, Malásia e Peru, conforme destacou Fávaro. No total, nove mercados seguem com algum tipo de restrição.
Fávaro salientou que o governo brasileiro está em processo de recuperação de mercados, mas reconheceu que as exportações continuam sentindo os impactos dos embargos. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em junho, as exportações de carne de frango in natura do Brasil caíram 23%, somando cerca de 314 mil toneladas. Na última quinta-feira, o Ministério da Agricultura informou que mais sete países retiraram suas restrições, indicando avanços importantes.
Embora não tenha sido apresentada uma data para o fim do embargo chinês, o compromisso assumido por Li Qiang de revisar rapidamente os protocolos internos é visto como um sinal positivo. “Estamos num processo de recuperação de mercados”, reforçou Fávaro, que disse manter otimismo quanto à retomada plena das vendas para o gigante asiático, responsável por movimentar grande parte da balança comercial do setor avícola brasileiro.
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