Não há dúvidas que a demanda sobre a carne bovina brasileira é consolidada e expressiva nos mercados externo e doméstico, com um cenário de valor de arroba que não desenvolve como se esperava no começo do ano de 2025. Parte do fator está ligado ao efeito no mercado interno brasileiro pós tarifaço, no qual os preços recuaram e levou impacto para o elo da produção, mas também na oferta esperada de animais confinados no país e, talvez, em um Real mais forte frente ao Dólar.
Em um cenário de desempenho em curto prazo, o começo do mês de setembro deve ser marcado por preços firmes no mercado do gado pronto no país. Por outro lado, a expectativa, também em curto prazo, de maneira irrevogável, é de alguma turbulência política, social e até econômica. Na data na qual será publicado este artigo (2/9) começa o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. E, sem entrar em questões de entendimento pessoal sobre a questão, o que se sabe é que devemos ter com isso mais alguma ação dos Estados Unidos contra o Brasil. Também, a possível aplicação da “Lei de Reciprocidade” também. Diretamente sobre o mercado de carne bovina? Talvez não, mas afeta o equilíbrio e lógica empresarial.
Um fator que deve ser confirmado em breve, são que os abates de bovinos já dão conta de animais mais pesados e machos, fator que comprova uma mudança expressiva frente ao padrão do primeiro semestre de 2025. Em termos práticos, apresenta uma situação menos favorável na relação de troca do boi gordo por bezerro, mas ainda positiva.
Para encerrar, nesta semana a Secretaria de Comércio Exterior deve confirmar uma exportação, absolutamente, recorde de carne bovina no mês de agosto. A expectativa é de serem “recordes” de volume exportado e valor da tonelada média. O que só comprova o ótimo momento da indústria frigorífica que, só não é melhor, por conta do câmbio, mas, ainda assim, é excepcional no faturamento das empresas.
