O Brasil ainda aguarda uma resposta das autoridades chinesas sobre a retomada das importações de carne bovina, informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em nota enviada ao site especializado CarneTec nesta terça-feira (19).
Na mesma nota, o Mapa informa que a ministra solicitou uma reunião técnica com o governo chinês para discutir o assunto. “A ministra Tereza Cristina enviou uma carta ao ministro-chefe da GACC (autoridade chinesa responsável) e se colocou à disposição para tratar pessoalmente do tema. Ela está aguardando resposta”, diz um trecho.
Há uma inquietação no mercado do boi gordo em relação a postura chinesa após a suspensão das importações. Elas estão suspensas desde 4 de setembro, para cumprir protocolo sanitário entre os dois países, após o Brasil reconhecer o registro de dois casos atípicos da doença da vaca louca,
“Nesse mesmo protocolo, não estão definidos os passos para a retomada do comércio. Assim, da forma como está acordado hoje, a decisão cabe à China”, disse o Mapa na mesma nota.
O protocolo, assinado em 2019 após um caso da doença da vaca louca no plantel brasileiro, é claro ao afirmar que a existência de um caso da Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB suspende automaticamente a exportação, mas não trata da retomada dos negócios, A suspensão foi dia 4 de setembro.
Em todas as manifestações oficiais o Ministério faz questão de informar que o Brasil foi transparente. A notícia da doença foi enviada ao governo Chinês antes da confirmação pelo laboratório da Organização Mundial da Saúde Animal da Organização Mundial da Saúde, ONU. Segundo a nota, o Brasil atende a todos os pedidos da China, assim que são solicitados.
“Por tudo o que foi dito, não temos como estabelecer uma data para a retomada das exportações de carne bovina para a China, pois a decisão não cabe ao governo brasileiro. Temos acompanhado de perto e com preocupação a situação dos frigoríficos”, disse o Mapa.
Expectativa no Brasil é que as exportações fossem retomadas num prazo bem menor e sem tanta nebulosidade nas negociações. Em 2019, após o Brasil enviar a documentação do caso da doença daquele ano, as exportações foram retomadas em apenas 13 dias.
Para piorar a situação, a analisa da Agrifatto, Lygia Pimentel, informa que os contêineres com carne bovina brasileira que chegaram aos portos chineses que saíram daqui antes do anúncio da doença, não foram aceitos nos portos daquele país.
Ao CarneTec ela diz que “cada caso vai ser tratado individualmente e os exportadores vão ter que ver o que vão fazer com essa carga, se realocam em outro mercado ou se trazem de volta pro Brasil”.
Da Redação.