COP30 em Belém: quando o símbolo ameaça eclipsar o essencial

Com altas tarifas, falta de estrutura e pouca inclusão social, os preparativos da conferência colocam em risco o protagonismo da Amazônia no debate climático global

07/08/2025 10h29 - Atualizado há 4 dias
COP30 em Belém: quando o símbolo ameaça eclipsar o essencial
Foto: Divulgação/COP30

O colunista Fred Almeida critica a forma como estão sendo conduzidos os preparativos para a COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém, no Pará. Segundo ele, apesar do forte simbolismo de sediar o evento no coração da Amazônia, os problemas logísticos e a falta de estrutura ameaçam comprometer a essência da conferência.

Fred destaca que os altos preços de hospedagem, com diárias chegando a 2 mil dólares, dificultam a participação de delegações de países em desenvolvimento, representantes indígenas e pequenas ONGs  justamente os grupos que mais precisam estar presentes no debate climático. A cidade, com cerca de 18 mil leitos, não comporta os 45 mil visitantes esperados, levando à adoção de soluções improvisadas, como navios-cruzeiro, escolas transformadas em alojamentos e uma “Vila COP” montada às pressas.

Para o colunista, a ausência de um plano alternativo mostra mais teimosia do que planejamento. Ele aponta que a logística caótica e a falta de diálogo com a população local, que inclui até remoções de moradores para realização de obras, estão ofuscando os temas centrais do evento, como justiça climática, financiamento e preservação da Amazônia.

Fred alerta que, se não houver uma mudança de postura, a COP30 corre o risco de virar apenas um evento bonito para fotos, sem impacto real. Ele defende mais escuta, menos improviso e maior participação popular para que o encontro cumpra seu verdadeiro propósito e esteja à altura do desafio climático global.

Leia a coluna Pecuária Verde.

Boa leitura! 


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