Coluna: Tarifa de Donald Trump gera pressão ao mercado do boi gordo

Na coluna De Olho no Mercado desta terça-feira (29), Fabiano Reis comenta sobre o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente na cadeia da pecuária de corte. A sobretaxa, considerada infundada economicamente, pode entrar em vigor no dia 1º de agosto e já gera reflexos no mercado, mesmo antes de sua implementação. Embora represente ameaça a diversos setores, os efeitos percebidos na precificação da arroba do gado pronto são desproporcionais diante da real importância dos EUA como destino da carne bovina brasileira.

O analista aponta que, ainda que a taxa possa durar pouco ou ser flexibilizada com exceções, há interesses econômicos maiores por trás da decisão americana, como o enfraquecimento do BRICS, o aumento da exportação de etanol para o Brasil e o acesso às reservas brasileiras de terras raras. Apesar disso, o foco segue sendo a análise da pecuária. No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou pouco mais de 138 mil toneladas de carne bovina in natura para os EUA, com destaque em abril, mas com queda nos meses seguintes.

Esse volume representa cerca de 2,3% da produção total brasileira de carne bovina, composta por cortes de dianteiro e retalhos usados principalmente na fabricação de hambúrgueres. Em termos de exportação, a participação dos EUA é de 12% em volume e 14% em receita, com pouco mais de 50 frigoríficos brasileiros envolvidos nessas transações. Embora relevantes, esses números estão longe de justificar a magnitude da pressão exercida sobre os preços internos da arroba.

Leia mais na coluna De Olho no Mercado. Boa leitura!