Senadores brasileiros que estiveram em missão oficial nos Estados Unidos alertaram na quarta-feira (30), para o risco de sanções ao Brasil por manter relações comerciais com a Rússia. Segundo os parlamentares, congressistas norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos, indicaram que uma nova lei pode ser votada nos próximos 90 dias, punindo países que negociem com o governo de Vladimir Putin.
A comitiva também buscava apoio para o adiamento da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros, com vigência já nesta sexta-feira (1º). Os senadores disseram ter encontrado respaldo entre empresários e alguns parlamentares dos EUA, mas criticaram a falta de tempo para uma negociação mais efetiva.
"Essa história está só começando", afirmou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), coordenador da missão. Ele avaliou que houve avanços nas conversas, apesar de as negociações terem se restringido ao Congresso americano.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) relatou que os próprios empresários pediram uma postura mais assertiva do governo brasileiro frente às ameaças tarifárias. Já Marcos Pontes (PL-SP) destacou que o curto prazo até a entrada em vigor da tarifa dificulta qualquer acordo imediato.
A comitiva também discutiu com executivos da ExxonMobil, Johnson & Johnson, Caterpillar, entre outros, sobre os impactos do tarifaço. O consultor legislativo Henrique Salles Pinto alertou para o risco de o Brasil ser o único parceiro comercial a enfrentar tarifas tão elevadas, o que pode configurar um embargo econômico e afetar fortemente estados como SP, RJ, MG, CE, SE e ES.