Cotações do milho recuam em Chicago com pressão do dólar e incertezas comerciais

Mercado futuro também cai na B3, enquanto preços físicos se mantêm firmes com a chegada da safrinha

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
29/07/2025 08h59 - Atualizado há 17 horas
Cotações do milho recuam em Chicago com pressão do dólar e incertezas comerciais
Foto: reprodução

As cotações do milho encerraram a segunda-feira (28) em queda na Bolsa de Chicago (CBOT), refletindo o fortalecimento do dólar e as indefinições nos acordos comerciais dos Estados Unidos. Segundo análise da Agrinvest, a combinação entre a valorização da moeda americana e a falta de avanços nas negociações conduzidas por Donald Trump sobre a comercialização de grãos pressionou os preços internacionais das commodities agrícolas. A expectativa de clima favorável e colheita cheia nos EUA também contribuíram para o recuo.

Na CBOT, o contrato setembro/25 fechou a US$ 3,93 por bushel (queda de 5,75 pontos), dezembro/25 a US$ 4,14 (–5 pts), março/26 a US$ 4,31 (–5,25 pts) e maio/26 a US$ 4,41 (–5,25 pts). As perdas foram de 1,44%, 1,19%, 1,20% e 1,18%, respectivamente, em relação ao fechamento de sexta-feira (25).

A tendência de baixa se estendeu à Bolsa Brasileira (B3), onde os contratos futuros também recuaram: setembro/25 caiu 0,97%, a R$ 65,01; novembro/25 recuou 0,58%, a R$ 68,23; janeiro/26 perdeu 0,30%, fechando em R$ 71,96; e março/26 teve queda de 0,07%, a R$ 74,85. De acordo com a Agrinvest, o mercado físico continua firme, mas os compradores estão cautelosos, aguardando os efeitos da colheita da safrinha sobre os preços.

No cenário externo, as exportações brasileiras de milho seguem abaixo do ritmo de 2024. Segundo a Secex, foram embarcadas 1,52 milhão de toneladas nos primeiros 19 dias úteis de julho, 42,8% abaixo do volume do mesmo período do ano passado. A média diária, de 80,1 mil toneladas, também representa queda de 48,1% frente às 154,5 mil toneladas/dia de julho de 2024. Apesar disso, houve avanço de 24% nos embarques na última semana, sinalizando retomada gradual do ritmo.

Raphael Bulascoschi, analista da StoneX, avalia que o programa de exportação teve início lento por fatores sazonais e escassez interna, mas deve ganhar força com a chegada da nova safra. "A entrada da safrinha deve provocar um repique nas exportações", afirma.

O Cepea destacou em seu boletim semanal que o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, para a região de Campinas (SP), registra reação nos últimos dias, embora acumule perdas em julho. A consultoria explica que, enquanto em algumas regiões, como o interior paulista, os preços são sustentados por menor oferta, em outras, como no Centro-Oeste, a colheita acelerada aumenta a disponibilidade e pressiona os valores. O aumento no custo do frete também tem contribuído para manter os preços em patamares mais elevados.

No mercado físico, o milho teve comportamento misto nesta segunda. Houve queda nos preços em Sorriso (MT), Jataí (GO) e Rio Verde (GO), enquanto praças do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul registraram altas, como Ubiratã, Marechal Cândido Rondon, Pato Branco, Palma Sola e Eldorado.

O mercado segue atento ao avanço da colheita e ao comportamento da demanda interna e externa nas próximas semanas.

 


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