Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que os Estados Unidos serão os mais prejudicados com o pacote de tarifas implementado pelo governo de Donald Trump. Segundo a análise, o Produto Interno Bruto (PIB) americano pode cair 0,37%, mais que o dobro da retração estimada para o Brasil (0,16%).
A medida, que impôs barreiras comerciais ao Brasil, China e outros 14 países, atinge duramente setores estratégicos. Para o Brasil, os impactos também são relevantes: a CNI estima queda de R$ 19,2 bilhões no PIB, redução de R$ 52 bilhões nas exportações e a perda de 110 mil postos de trabalho.
Os setores mais afetados devem ser o de tratores e máquinas agrícolas, com queda de 11,3% nas exportações; o de aeronaves e equipamentos de transporte, com recuo de 22,3%; e o de carnes de aves, com retração de 11,3% nas vendas externas.
“Essa política é um perde-perde, principalmente para os americanos. Precisamos avançar no diálogo e mostrar a importância da nossa complementariedade econômica”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Entre os estados brasileiros mais atingidos pela medida estão São Paulo (R$ 4,4 bilhões de impacto no PIB), Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
Atualmente, os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e o maior comprador da indústria de transformação nacional. Mesmo com a imposição tarifária, os americanos mantiveram superávit comercial com o Brasil nos últimos dez anos.