A cadeia produtiva de carne bovina do Brasil vive momentos bem distintos em 2021, uma performance crescente no volume e faturamento dentro do mercado internacional e, ao mesmo tempo, a suspensão de compras por parte de parceiros comerciais devido a casos envolvendo a sanidade do alimento.
As informações são da coluna ‘Saúde Animal’, do ‘Jornal Terra Viva’. A jornalista Lilian Munhoz conversou sobre o assunto com o médico veterinário Marcus Rezende e o Vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (ABCAR), Aécio Flores, relata o site CarneTec.
Depois de uma boa performance entre janeiro e agosto deste ano o mercado do boi gordo vive expectativa e ansiedade após as notícias de doença atípica de vaca louca e a suspensão das exportações para a China.
Segundo o site CarneTec, a indústria recuperou o volume de abates no segundo trimestre e ele chegou a 7 milhões de cabeças. Ao lado dessa boa notícia, vieram os embarques in natura em agosto que chegaram a 211,85 mil toneladas, um aumento no período de 11%.
Segundo o especialista, “pela primeira vez na história, o Brasil embarcou acima de 200 mil toneladas em um único mês. Na receita, o aumento foi de 56%. Outro recorde mensal, com US$ 1,175 bilhão. Em oito meses de 2021, os volumes caíram 1%, mas a receita subiu 15%. São 1.283.641 toneladas e receita de US$ 6,26 bilhões”. Ajudam o ambiente internacional favorável, com a Argentina e a Austrália com queda na oferta.
O nosso maior problema é o sanitário. De tempos em tempos casos de doenças acabam impactando o segmento. Desde o dia 4 de setembro a China não compra proteína bovina brasileira e a Arábia Saudita retornou aos negócios depois de 15 dias fora das compras.
Ganhou força os debates da Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (Abcar), após os casos e as suspensões pela China e Sauditas. Thiago Witzler, da Abcar, disse que “se tivéssemos uma rastreabilidade individual para exportação, estabelecida para todos os mercados, facilitaria todo o vazio sanitário quando um caso de enfermidade fosse detectado. Provocaria um boqueio sanitário mais rápido e eficiente, com rastreabilidade, o que tranquilizaria todos os nossos parceiros comerciais. Além de ser uma solução lógica e necessária para quem deseja estar num mercado exigente como é o da carne bovina”.
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“O importante na rastreabilidade é conseguir voltar ao animal, saber onde ele esteve, que contato teve com outros bovinos. Sanitariamente falando, é uma segurança muito grande, facilita o isolamento, tem uma lógica clara. Ela existe para esse fim, permitir controle, segregação sanitária, isolando o problema. Hoje, nosso país inteiro sai prejudicado em qualquer caso”, defendeu Thiago Witzler, integrante do conselho da associação.
Da Redação.