O mercado físico de trigo seguiu lento no Brasil na última semana. Segundo Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, os agentes estão atentos às condições climáticas, sobretudo às geadas registradas no Sul. No Paraná, as lavouras ainda não chegaram a estágios críticos, mas no Rio Grande do Sul o frio, por ora, tem sido benéfico ao desenvolvimento.
Mesmo assim, a expectativa é de forte retração na área plantada enquanto pesquisa da Safras & Mercado indica queda de 16,5% frente à safra anterior, para 2,47 milhões de hectares. Desde abril, o recuo já soma 2,2%, refletindo o desânimo do produtor com preços baixos, margens negativas e dificuldades no crédito rural e no seguro agrícola.
No mercado interno, negócios foram pontuais, com interesse de compra em torno de R$ 1.300 por tonelada no RS e R$ 1.450 no PR. Caso o Paraná tenha quebras, o Brasil pode aumentar as importações, que já somam 5,5 milhões de toneladas na temporada 2024/25, quase 1 milhão acima do ciclo anterior.
No cenário global, o USDA divulga na segunda-feira (30) o relatório de área plantada e estoques, que deve apontar ampliação da área nos EUA e estoques maiores que no ano passado.