Sem oferta de fêmeas e escalas industriais em redução

Fabiano Reis
17/06/2025 09h19 - Atualizado há 21 horas
Sem oferta de fêmeas e escalas industriais em redução
Foto: Reprodução

O mercado de reposição de bovinos tem mostrado muita energia, refletindo em uma forte redução na oferta de fêmeas para abate. O cenário, soma-se a um contingente de boi gordo disponível nitidamente menor e um pecuarista mais resistente a ofertas mais baixas. Os parâmetros trouxeram um nível melhor para os preços praticados para arroba do boi gordo em grande parte das praças brasileiras.

Contudo, não são apenas as variáveis citadas que, do ponto de vista jornalístico, atuam no mercado. A melhora no escoamento doméstico e o forte ritmo de exportação explicam o cenário. Uma situação que já conta com um primeiro trimestre do ano de 2025 com produção menor de carne bovina quase 2% menor, se comparado ao 4º trimestre/25, mesmo com um volume de abates 1,9% maior, frente ao trimestre anterior. Os dados são do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Um outro ponto que tenho apurado, corroborado com os dados do Banco Central no Relatório Focus, apresentado toda a segunda-feira, é que o remédio amargo da taxa de juros elevada para conter a inflação disparada, por conta de um crescimento econômico sem sustentabilidade e com fortes gastos oficiais, começou a funcionar. A expectativa para encerramento do ano, em torno do IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, tem reduzido, mas ainda quase 1 ponto percentual acima do teto da meta. Entretanto, não é só isso, as boas colheitas de arroz e feijão, por exemplo, contribuem para uma inflação menor e parte da população tem destinado valores maiores para aquisição de proteínas. Observem que as motivações citadas para uma redução na expectativa de inflação não tem relação nenhuma com o Governo.

Em outra ponta, as exportações de carne bovina até o fechamento da segunda semana de junho, apresenta forte 117,2 mil toneladas embarcadas, com média diária de 11,72 mil toneladas (+21,8%) se comparado a junho/24. O preço médio da tonelada alcançou US$ 5.411,4, elevação de 21,2% frente a média do mesmo período sazonal no último ano.


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