O governo brasileiro notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) a erradicação do foco de gripe aviária de alta patogenicidade detectado em uma granja comercial em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). A ação conclui as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Segundo o relatório, todas as ações de controle e desinfecção foram finalizadas em 21 de maio.
De acordo com o Ministério da Agricultura, não foram encontrados novos casos da doença na área perifocal (3 km do foco) nem na zona de vigilância (10 km), após investigação conduzida pelo Serviço Veterinário Oficial. O sequenciamento genético do vírus detectado revelou grande similaridade com cepas encontradas anteriormente em aves silvestres na América do Sul. Apesar da presença de mutações com potencial de adaptação a mamíferos, não foram identificadas alterações com resistência a antivirais.
Com o encerramento das ações de contenção, a OMSA alterou o status do foco de “ocorre no país” para “ocorre na zona”. Desde o início do surto, registrado em 12 de maio, 17.025 aves morreram ou foram abatidas. O agente responsável é o vírus H5N1.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o foco foi rapidamente contido, evitando sua propagação. “Posso assegurar que o foco de Montenegro está contido. Se o vírus tivesse escapado, teríamos novos casos em quatro ou cinco dias. Isso mostra que nossas barreiras sanitárias funcionaram”, declarou Fávaro durante audiência no Senado.
O local permanece em quarentena e o país inicia agora um período de 28 dias de vazio sanitário. Se não forem registrados novos casos nesse intervalo, o Brasil poderá retomar o status de livre da doença.
O ministro também informou que os trabalhadores da granja não foram contaminados e destacou a elevação no nível de alerta sanitário, com investigações em andamento em outras regiões. Uma suspeita em Ipumirim (SC) foi descartada, enquanto outra em Anta Gorda (RS) está sendo monitorada. Já em Mateus Leme (MG), foi confirmado um caso em ave silvestre, o que, segundo Fávaro, é esperado devido à presença do vírus em rotas migratórias que atravessam o território brasileiro.
