A primeira semana de maio foi marcada por forte volatilidade no mercado internacional da soja, em meio ao avanço do plantio nos Estados Unidos e à ausência de progressos concretos nas negociações comerciais entre China e EUA.
Segundo a plataforma Grão Direto, os preços em Chicago recuaram após semanas de recuperação. As principais causas para este cenário foram as condições climáticas favoráveis no hemisfério norte e a expectativa de uma safra cheia, confirmada pelo USDA, que aponta ritmo de plantio dentro da média histórica.
No Brasil, a colheita da safra 2024/25 está praticamente concluída, mas com registro de problemas pontuais de qualidade nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Com isso, o foco do setor produtivo se volta para os prêmios de exportação, que seguem pressionados pela lentidão nos embarques. Ainda assim, a soja brasileira permanece competitiva em relação ao produto norte-americano, sustentando parte da demanda externa.
Além disso, o dólar encerrou a semana cotado a R$ 5,69, após apresentar leve recuo. A valorização do real, combinada com a instabilidade nos preços internacionais, trouxe cautela aos agentes do mercado físico. O ritmo de comercialização continua lento, com produtores adotando posturas mais estratégicas e atentos a possíveis repiques para efetuar vendas pontuais.
A expectativa de clima seco em importantes regiões produtoras dos EUA favorece o avanço do plantio, reforçando a previsão de uma safra robusta. Segundo analistas, acompanhar os boletins meteorológicos e o ritmo das lavouras no hemisfério norte será fundamental para antecipar os movimentos de preço na Bolsa de Chicago.
Ainda, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para baixo suas estimativas de exportação da soja brasileira em maio, o que reforça a pressão sobre os prêmios e pode manter o mercado físico travado no curto prazo. Sobretudo, o impasse nas relações comerciais entre China e Estados Unidos continua sendo um fator de incerteza: qualquer sinal de avanço pode provocar reações imediatas nas cotações internacionais.