O mercado da soja no Brasil registrou um mês de abril com preços relativamente estáveis e comportamentos distintos nas regiões produtoras. Apesar de um início de mês mais aquecido nas negociações, a comercialização perdeu força nas semanas seguintes, com produtores mais capitalizados e sem pressa para vender.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos teve leve queda, de R$ 130 para R$ 127. Já em Cascavel (PR), a cotação subiu de R$ 125 para R$ 127. Em Rondonópolis (MT), o valor permaneceu estável em R$ 115 durante todo o mês. No Porto de Paranaguá (PR), também não houve variação, mantendo-se em R$ 132.
Nos contratos futuros, o vencimento de julho em Chicago teve valorização de 1,58%, fechando abril a US$ 10,44 ½ por bushel. A alta no início do mês refletiu a expectativa de uma redução na área plantada nos Estados Unidos, mas com o avanço tranquilo do plantio e as incertezas da guerra comercial, os preços voltaram a ceder.
O dólar comercial encerrou abril cotado a R$ 5,6750, com queda de 0,57% no mês. A perda de força da moeda americana foi influenciada pela desconfiança em relação à economia dos EUA e pelo maior fluxo de recursos externos.
Segundo o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, a atual disputa tarifária liderada pelo ex-presidente Donald Trump traz vantagens ao Brasil. “A guerra comercial está abrindo muitas oportunidades para a soja brasileira”, afirma.
Silveira destaca ainda que a produção nacional teve uma recuperação significativa na safra 2024/25, podendo ultrapassar 170 milhões de toneladas. “Mato Grosso teve ganhos expressivos de produtividade, enquanto os principais problemas ficaram restritos ao Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.”
Apesar da estabilidade recente, o consultor aponta que os preços internos já estão em um patamar considerado “relativamente caro” e podem subir ainda mais caso os produtores americanos reduzam ainda mais sua área plantada.