Os contratos futuros do açúcar encerraram a sexta-feira (25) com valorização superior a 1% nas bolsas de Nova Iorque e Londres. Após duas sessões de leve baixa, o mercado voltou a ganhar força e fechou a semana acima dos 18 cents por libra-peso (lbp) nos contratos mais próximos em Nova Iorque, impulsionado principalmente pela quebra na produção da Índia, um dos maiores produtores globais do adoçante.
De acordo com o analista Maurício Muruci, da Safras & Mercado, as primeiras estimativas para a safra 2024/25 indicavam uma produção de 34,5 milhões de toneladas no país asiático. No entanto, até a primeira quinzena de abril, o volume colhido ficou em 25,5 milhões de toneladas, representando uma redução de 18% em relação ao ano anterior. "Essa quebra foi o principal fator para o rompimento da resistência de curto prazo dos 18 cents/lbp", explicou Muruci ao Notícias Agrícolas.
Desempenho das cotações
Na Bolsa de Nova Iorque, o contrato maio/25 do açúcar fechou com alta de 0,26 cent (1,45%), a 18,18 cents/lbp. O julho/25 também teve ganho de 0,33 cent (1,85%), cotado a 18,18 cents/lbp. O outubro/25 registrou variação positiva de 0,30 cent (1,67%), encerrando a sessão a 18,28 cents/lbp, enquanto o março/26 subiu 0,26 cent (1,42%), para 18,61 cents/lbp.
Em Londres, o movimento foi semelhante. O contrato julho/25 fechou a US$ 514,00 por tonelada, alta de 950 pontos (1,88%). O outubro/25 avançou 780 pontos (1,57%), para US$ 503,80 por tonelada. O dezembro/25 encerrou a US$ 499,80 por tonelada, alta de 670 pontos (1,36%), e o março/26 subiu 590 pontos (1,19%), cotado a US$ 500,40 por tonelada.
Embarques em alta, exportações em baixa
Paralelamente ao movimento de alta nos preços, a programação de embarques de açúcar nos portos brasileiros também aumentou. Segundo levantamento da agência marítima Williams Brasil, 45 navios aguardavam para embarcar açúcar até 23 de abril, contra 41 na semana anterior. O volume programado para exportação cresceu de 1,693 milhão para 1,871 milhão de toneladas.
O Porto de Santos (SP) lidera a movimentação, com 1.246.269 toneladas programadas, seguido por Paranaguá (PR), com 413 mil toneladas; São Sebastião (SP), com 103.810 toneladas; Imbituba (SC), com 66 mil toneladas; e Maceió (AL), com 42 mil toneladas. As variedades predominantes nos embarques são o açúcar VHP (1.821.079 toneladas) e o TBC (50 mil toneladas).
Apesar do crescimento na movimentação, os dados de exportação mostram um desempenho mais fraco em abril. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita diária média com exportações de açúcar e melaços foi de US$ 33,210 milhões no mês, queda de 23% em comparação à média de abril de 2024 (US$ 43,142 milhões).
O volume médio diário exportado também recuou 18,1%, passando de 85,875 mil toneladas em abril de 2024 para 70,318 mil toneladas neste ano. Além disso, o preço médio do açúcar exportado caiu 6%, de US$ 502,40 para US$ 472,30 por tonelada.
Até o momento, o Brasil exportou 632.868 toneladas de açúcar em abril, com receita total de US$ 298,888 milhões.