Após uma recuperação pontual em fevereiro, os preços do suíno vivo e da carne voltaram a cair ao longo de março, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Mesmo com a retração mensal, os valores médios ainda se mantêm bem acima dos registrados no mesmo período do ano passado.
Na região SP-5 — que inclui Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba —, o suíno vivo foi negociado a uma média de R$ 8,56 por quilo em março, queda de 3,3% em relação a fevereiro. Em termos reais, deflacionados pelo IGP-DI, o valor representa alta de 17,9% frente a março de 2024.
Enquanto o mercado interno enfrentou vendas lentas e excesso de oferta, o desempenho externo foi destaque positivo. O Brasil exportou 114,7 mil toneladas de carne suína (in natura e industrializada) em março, alta de 1,4% frente a fevereiro e expressivos 26,5% a mais do que em março do ano passado, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A média diária de embarques foi de 5,4 mil toneladas — a segunda maior da série histórica iniciada em 1997.
Por outro lado, o custo de produção preocupa. A valorização do milho, principal insumo da ração animal, pressionou a relação de troca para os produtores. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho (Campinas – SP) superou os R$ 90 por saca de 60 kg em março, maior valor nominal desde abril de 2022.
No atacado, os preços da carcaça suína também recuaram diante da oferta elevada e da demanda enfraquecida. As carnes concorrentes, bovina e de frango, também apresentaram queda nos preços médios mensais, porém de forma menos acentuada.