Mercado da soja começa semana entre quedas e estabilidade nos preços

Oscilações externas e câmbio em baixa influenciam cotações em diferentes regiões do Brasil

- Da Redação, com Canal Rural
15/04/2025 08h39 - Atualizado há 18 horas
Mercado da soja começa semana entre quedas e estabilidade nos preços
Foto: reprodução

O mercado brasileiro da soja iniciou a semana com poucos negócios e cotações mistas. Em meio à queda da Bolsa de Chicago e do dólar, os preços recuaram em algumas regiões produtoras, embora ainda sejam considerados atrativos. A expectativa do produtor, segundo analistas, é por melhores oportunidades mais adiante, o que explica a menor movimentação neste início de semana.
 

De acordo com o consultor Rafael Silveira, da Safras & Mercado, apesar da queda dos prêmios e da cautela dos produtores, os valores atuais representam boas chances de venda. Ainda assim, muitos agricultores que comercializaram volumes significativos nas últimas semanas agora optam por esperar, em busca de uma recuperação mais significativa das cotações.
 

Entre os destaques regionais, as principais baixas ocorreram no Sul do país. Em Passo Fundo (RS), o preço caiu de R$ 135 para R$ 134. Em Santa Rosa (RS), a soja recuou de R$ 136 para R$ 135, e no porto de Rio Grande (RS), de R$ 142 para R$ 141. No Paraná, Cascavel teve queda de R$ 133 para R$ 132, enquanto o porto de Paranaguá manteve a cotação em R$ 138. Já em Rondonópolis (MT), os preços passaram de R$ 120 para R$ 118. Por outro lado, Rio Verde (GO) foi exceção, com alta de R$ 120 para R$ 128, refletindo dinâmica local de demanda.
 

No mercado internacional, os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam a segunda-feira com comportamento misto, em meio a um movimento de consolidação técnica. O mercado segue atento à guerra comercial entre China e Estados Unidos, que impacta diretamente as importações chinesas. Em março, a China importou 3,5 milhões de toneladas de soja, uma queda de 36,8% em relação ao mesmo mês de 2024, no menor volume para o período desde 2008. Além dos atrasos na colheita brasileira, a retração reflete a cautela dos processadores chineses frente às tarifas sobre os grãos norte-americanos.
 

No acumulado do ano, as compras chinesas somam 17,11 milhões de toneladas, uma queda de 7,9% na comparação anual, frustrando expectativas do mercado global. A atenção dos agentes também se volta para o relatório da Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA), que será divulgado nesta terça-feira (15) e deve indicar o volume de esmagamento de soja nos EUA em março. A previsão é de 197,6 milhões de bushels, número acima do mês anterior e de março de 2024.
 

As exportações semanais de soja nos Estados Unidos também registraram queda, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Na semana encerrada em 10 de abril, foram embarcadas 546.348 toneladas, abaixo das 814.309 toneladas da semana anterior.
 

Entre os contratos futuros, a soja com entrega em maio recuou 1,00 centavo (0,09%), fechando a US$ 10,41 ¾ por bushel. Já a posição julho caiu 2,75 centavos (0,26%), cotada a US$ 10,50 ¼ por bushel. Nos subprodutos, o farelo de soja para julho teve queda de US$ 2,50 (0,81%), cotado a US$ 303,40 por tonelada. O óleo com vencimento em julho caiu para 46,85 centavos de dólar, baixa de 0,99 centavo (2,06%).
 

O câmbio também contribuiu para o comportamento do mercado. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,29%, vendido a R$ 5,8513. A moeda oscilou entre R$ 5,8276 e R$ 5,8741 ao longo do pregão. A valorização do real, aliada à cautela externa, ajudou a compor o cenário de estabilidade e leve recuo nos preços da soja no Brasil.

 

 


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