Reconhecida com um dos grandes medos dos produtores de leite, a mastite é uma enfermidade que envolve inflamação das glândulas mamárias e pode ser desencadeada por diversos fatores, como higiene inadequada, manipulação incorreta dos animais e falta de cuidados durante a ordenha.
Um manejo bem-feito é essencial para o controle da mastite e para o desenvolvimento sustentável do rebanho leiteiro. Práticas como a higiene na ordenha, ambiente limpo e seco, uso correto de produtos preventivos e bem-estar animal ajudam a reduzir a incidência da doença e o uso excessivo de antibióticos.
“Além de melhorar a saúde das vacas e a qualidade do leite, esses cuidados aumentam a longevidade produtiva dos animais, reduzem perdas econômicas e minimizam impactos ambientais. Ou seja, investir em manejo é investir em eficiência, rentabilidade e sustentabilidade na pecuária leiteira”, explica a Analista de Produtos da linha AGP da Syntec, Mariana Alves de Camargo.
Na avaliação da analista, a boa gestão das atividades na fazenda leiteira tem impacto direto na prevenção e controle da mastite. Segundo ela, quando existe organização e padronização nos processos — como rotina de ordenha, limpeza, registro de casos, tratamento e descarte de leite — o risco de falhas diminui e os resultados melhoram.
Segundo Mariana, registrar informações sobre a saúde do úbere, tempo de lactação, CCS e tratamentos permite decisões mais rápidas e assertivas, além de facilitar o acompanhamento técnico e o uso racional de medicamentos. “No dia a dia, uma gestão eficiente reduz perdas, melhora o bem-estar animal, aumenta a produtividade e garante maior qualidade do leite, tornando toda a cadeia mais profissional e sustentável”, complementa.
A especialista ressalta que a mastite é uma das doenças mais comuns e prejudiciais na pecuária leiteira, causando perdas econômicas significativas devido à redução da produção, descarte de leite e custos com tratamento. Um dos principais desafios é a detecção precoce, especialmente nos casos subclínicos, que não apresentam sinais visíveis, mas elevam a contagem de células somáticas e comprometem a qualidade do leite.
Outro ponto crítico,segundo ela, é o controle das infecções, que podem ser contagiosas (transmitidas entre animais durante a ordenha) ou ambientais (originadas do ambiente onde os animais vivem). A higiene da ordenha, a manutenção adequada dos equipamentos e o uso correto de pré e pós-dipping são fundamentais nesse processo.
Ela alerta ainda que o uso indiscriminado de antibióticos também representa um desafio, pois favorece a resistência bacteriana. Por isso, é essencial adotar tratamentos baseados em cultura e antibiograma, além de estratégias de secagem seletiva. No período de transição (pré e pós-parto), as vacas apresentam maior suscetibilidade à mastite devido à queda da imunidade, exigindo cuidados específicos com a nutrição e o manejo.
“Diante desse cenário, os impactos econômicos diretos e indiretos da mastite reforçam a importância de programas preventivos bem estruturados, que garantem a saúde do rebanho e a rentabilidade da produção leiteira”, pontua.
De acordo com a analista, a tecnologia tem sido uma grande aliada na prevenção e controle da mastite na pecuária leiteira. Sistemas de ordenha robotizada, sensores e softwares de gestão permitem detectar precocemente alterações no leite e acompanhar a saúde do rebanho em tempo real. Isso melhora a tomada de decisões e reduz o uso de antibióticos.
“Além disso, os avanços em biotecnologia, como testes rápidos e vacinas mais eficazes, fortalecem o combate à doença. Esses recursos tornam a produção mais eficiente, sustentável e rentável, elevando o padrão da cadeia leiteira”, conclui Mariana.