Lula defende união latino-americana para resistir a tarifas unilaterais

Presidente do Brasil criticou abertamente as tarifas arbitrárias que 'desorganizam os mercados e elevam os preços'

- Da Redação, com MoneyTimes
10/04/2025 09h31 - Atualizado há 6 dias
Lula defende união latino-americana para resistir a tarifas unilaterais
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula defendeu a necessidade de união entre os países da América Latina e do Caribe diante das mudanças no cenário geopolítico. Durante seu discurso na abertura da 9ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nesta quarta-feira (9), Lula destacou que medidas unilaterais, como as tarifas recentemente impostas pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump, representam uma ameaça à estabilidade da economia global.

Lula criticou abertamente as tarifas arbitrárias que, segundo ele, desorganizam os mercados e elevam os preços. Além de dizer que “guerras comerciais não têm vencedores”, o presidente insistiu que o momento atual exige uma postura mais integrada dos países da região.

“Se seguirmos separados, a comunidade latino-americana e caribenha corre o risco de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão do globo entre superpotências”, alertou. ''O momento exige que deixemos as diferenças de lado”. 

A decisão de comparecer à cúpula da Celac, que inicialmente não estava prevista na agenda presidencial, foi motivada pelo desejo de reativar os mecanismos de integração regional, especialmente no campo comercial, como forma de enfrentamento às políticas protecionistas do governo norte-americano.

Apesar da dificuldade em se construir uma posição conjunta entre os países da Celac — muitos ainda analisam suas realidades internas e evitam confrontar diretamente os Estados Unidos —, há uma percepção de que a dinâmica internacional está sofrendo alterações. Uma fonte da diplomacia brasileira consultada pela Reuters observou que a tradicional “negligência benigna” dos EUA em relação à América Latina está dando lugar a uma disputa direta de influência entre Washington e Pequim.

Lula também aproveitou o encontro para relembrar a importância de retomar o espírito cooperativo que marcou a criação da Unasul e da própria Celac nos anos 2000. Segundo ele, outras regiões do mundo já se mobilizam para responder aos desafios da nova ordem global, e a América Latina não pode ficar para trás.


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