Tarifa dos EUA fecha mercado para etanol brasileiro, mas pode abrir novas oportunidades, avalia consultoria

Imposto de 10% inviabiliza exportações aos norte-americanos, mas pode favorecer Brasil em disputas comerciais globais

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
08/04/2025 09h11 - Atualizado há 6 dias
Tarifa dos EUA fecha mercado para etanol brasileiro, mas pode abrir novas oportunidades, avalia consultoria
Foto: reprodução

A imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos na última semana encerrou, na prática, a janela de exportações de etanol do Brasil para o mercado norte-americano. A avaliação é da consultoria Datagro, que analisou o impacto da medida na segunda-feira (7).

Segundo a consultoria, mesmo com a tarifa anterior de 2,5%, os embarques de etanol brasileiro aos EUA já vinham em queda. Em 2024, foram exportados apenas 330 milhões de litros, o que representou 16,4% do total vendido ao exterior e menos de 1% da produção nacional no ciclo 2024/25. 

"Independentemente de a tarifa subir para 10% ou 12,5%, os EUA fecharam definitivamente a janela de importação", afirma a Datagro em relatório.

Apesar da perda do mercado norte-americano, a consultoria destaca que o cenário pode abrir novas oportunidades para o etanol brasileiro. Isso porque países que se sintam prejudicados pelas tarifas dos EUA podem adotar medidas de retaliação, incluindo restrições às exportações norte-americanas de etanol.

Em 2024, os Estados Unidos exportaram um recorde de 7,4 bilhões de litros de etanol, com Canadá, Reino Unido, Índia, Colômbia, Coreia do Sul e União Europeia entre os principais destinos. Caso esses mercados imponham barreiras ao etanol dos EUA, o Brasil pode surgir como fornecedor alternativo.

"O etanol brasileiro pode ser beneficiado no mercado externo, especialmente se houver uma reação dos países atingidos pela política tarifária norte-americana", conclui a Datagro.

 

 

 

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