Chuvas em MT ameaçam safra de soja e produtores se retraem

Cautela toma conta do mercado diante da queda nos preços e incertezas

- Da Redação, com Canal Rural
31/03/2025 08h18 - Atualizado há 2 dias
Chuvas em MT ameaçam safra de soja e produtores se retraem
Foto: reprodução

A colheita de soja em Mato Grosso está enfrentando dificuldades devido ao excesso de chuvas, que tem prejudicado as lavouras e atrasado o escoamento da produção. Com a incerteza do mercado e a desvalorização do grão, muitos produtores estão cautelosos na hora de fechar novos contratos de venda, esperando a confirmação da colheita.
 

Em Sinop, o produtor Célio Riffel ainda tem 40% da safra para comercializar e cita a instabilidade dos preços como um fator preocupante. Ele ressalta que a demanda está fraca e os preços variam constantemente, dificultando a previsão de uma média para este ano. Para quem colher menos de 70 sacas por hectare, pode ser difícil cumprir com os compromissos financeiros, devido aos custos operacionais e de arrendamento.
 

Em Nova Mutum, os produtores também estão frustrados com a desvalorização da soja e a retração do mercado comprador. O preço não melhora e o mercado parece estar esperando o fim da safra. A expectativa é conseguir capital de giro para a próxima temporada.
 

Em Sorriso, o maior município produtor de soja do Brasil, a comercialização da safra está em um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos. A queda nos preços e o medo de quebra de safra levaram os produtores a serem mais cautelosos. Para evitar penalidades por descumprimento de contratos, muitos estão retendo as vendas.
 

O custo operacional em Sorriso varia entre 55 e 57 sacas de soja por hectare, agravado pelos altos juros que obrigaram muitos produtores a buscar financiamento no ano anterior. A rentabilidade da safra é crucial para equilibrar as finanças e permitir novos investimentos na próxima temporada. Uma segunda safra rentável, seja de milho ou algodão, é fundamental para manter os investimentos na região.
 

Segundo o Imea, até março, 54,9% da safra 2024/2025 já havia sido comercializada, um aumento de seis pontos percentuais em relação ao mês anterior. No entanto, o volume ainda está abaixo da média dos últimos cinco anos, que era de 62,36% da produção negociada nesse período.

 


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