Após anos de negociações sem avanços, o governo japonês finalmente tomou a iniciativa para abrir seu mercado a produtos brasileiros com alta competitividade internacional, como a carne bovina e os biocombustíveis.
Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, iniciada na segunda-feira, cerca de 100 empresários e executivos acompanharam as tratativas, que resultaram na assinatura de quase 90 documentos, entre contratos, memorandos e acordos de cooperação.
"Volto ao Brasil para dizer que a relação entre Japão e Brasil subiu de nível", afirmou Lula em coletiva de imprensa no Palácio Akasaka, em Tóquio.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, garantiu que seguirá em contato com Lula para fortalecer o fluxo de investimentos japoneses no Brasil, que já somam R$ 44 bilhões desde 2020.
Uma das grandes novidades foi o compromisso do Japão em enviar equipes técnicas ao Brasil para avaliar a carne bovina nacional, um passo fundamental para liberar sua entrada no mercado japonês. Embora o tema estivesse nos memorandos assinados, a ênfase dada pelo premiê Ishiba em seu discurso demonstrou o interesse concreto do governo de Tóquio na parceria.
Outro ponto relevante foi o avanço nas discussões sobre o biodiesel, uma negociação que se arrasta há mais de uma década e que pode ganhar força, especialmente na aviação.