Importações de soja da China no 2º trimestre podem aliviar escassez de oferta

Compras chinesas podem atenuar a pressão no mercado global devido a atrasos no Brasil e questões alfandegárias.

- Da Redação, com Canal Rural
14/03/2025 09h16 - Atualizado há 8 horas
Importações de soja da China no 2º trimestre podem aliviar escassez de oferta
Foto: Reprodução

A China, maior comprador mundial de soja, deve registrar um aumento expressivo nas importações do grão no segundo trimestre de 2025, o que pode aliviar a escassez de oferta enfrentada pelo mercado. A consultoria Safras & Mercado prevê que o país importará um recorde de 31,3 milhões de toneladas de soja entre abril e junho deste ano, uma alta de cerca de 4,6% em relação aos 29,91 milhões de toneladas importados no mesmo período de 2024.

O volume elevado de importações será fundamental para mitigar os efeitos da escassez de oferta, que foi exacerbada por atrasos nos embarques do Brasil e por lentidão nos processos alfandegários. Esses problemas logísticos resultaram em uma redução na disponibilidade de soja, levando vários processadores a interromperem suas operações devido à falta de grãos.

A pressão sobre o mercado de soja na China não se limita aos problemas com o Brasil. A relutância dos compradores chineses em adquirir soja dos Estados Unidos, devido às incertezas provocadas por uma possível guerra comercial com Washington, também tem impactado as negociações. 

Cotações da soja em alta na reta final da semana

O mercado brasileiro de soja registrou uma valorização significativa nesta quinta (13), impulsionada pelo movimento de alta nas cotações da Bolsa de Chicago e pelo aumento nas exportações do grão. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os prêmios de soja mantiveram-se firmes, refletindo a força do mercado tanto interno quanto externo.

Nos principais polos produtores, os preços da soja apresentaram os seguintes aumentos: em Passo Fundo (RS), o preço subiu de R$ 127 para R$ 129; na região das Missões (RS), o valor passou de R$ 128 para R$ 130; e no Porto de Rio Grande (RS), a alta foi de R$ 133,50 para R$ 135,50. No Paraná, os preços em Cascavel subiram de R$ 128 para R$ 132, e no Porto de Paranaguá, houve um aumento de R$ 133 para R$ 137. Já em Rondonópolis (MT), o preço subiu de R$ 114 para R$ 118, em Dourados (MS), de R$ 117 para R$ 119, e em Rio Verde (GO), de R$ 111 para R$ 113.

O movimento de alta nos preços também está relacionado ao bom desempenho das exportações brasileiras. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) estima que, em março, as exportações de soja do Brasil deverão atingir 15,449 milhões de toneladas, um aumento em relação aos 13,548 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, os contratos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) apresentaram uma queda. O contrato de maio fechou com uma perda de 10,25 centavos, ou 1,02%, cotado a US$ 10,00 1/2 por bushel. A posição de julho também caiu 10 centavos, ou 1,06%, para US$ 10,15 1/2 por bushel.


Notícias Relacionadas »