O mercado brasileiro de soja iniciou a semana com poucos negócios e preços em queda, influenciado pela desvalorização dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a baixa em Chicago retraiu os vendedores, mesmo com o dólar em alta. Além disso, os agentes do setor aguardam com expectativa o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta terça-feira (11).
Os recuos foram registrados em diversas regiões produtoras do país. Em Passo Fundo (RS), o preço da saca caiu de R$ 130 para R$ 128, enquanto na Região das Missões (RS) o valor passou de R$ 131 para R$ 129. O Porto de Rio Grande (RS) também acompanhou a tendência de baixa, com o preço indo de R$ 137 para R$ 135.
No Paraná, Cascavel teve uma queda de R$ 129 para R$ 127, e no Porto de Paranaguá o recuo foi de R$ 136 para R$ 135. Em Mato Grosso, Rondonópolis manteve o valor da saca em R$ 115, enquanto em Dourados (MS) a cotação caiu de R$ 119,50 para R$ 118. Em Rio Verde (GO), o preço passou de R$ 114 para R$ 113.
Os contratos futuros da soja negociados na CBOT fecharam a segunda-feira em baixa. A posição para maio encerrou a US$ 10,14 por bushel, uma retração de 11,00 centavos, ou 1,07%. A pressão no mercado foi impulsionada pelo clima de aversão ao risco global e pelas incertezas sobre a política tarifária dos Estados Unidos, o que aumenta os temores de uma possível guerra comercial com a China.
O mercado também segue atento ao novo relatório do USDA, que deve apresentar poucas mudanças no balanço de oferta e demanda dos Estados Unidos. No entanto, há expectativa de uma leve revisão na estimativa da safra brasileira, que pode subir de 169 milhões para 169,3 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção da Argentina pode ser revisada para baixo, passando de 49 milhões para 48,6 milhões de toneladas.
Farelo e óleo
O mercado de farelo de soja acompanhou a baixa dos grãos. O contrato para maio caiu US$ 2,10, ou 0,68%, fechando a US$ 302,30 por tonelada. Já o óleo de soja registrou um recuo mais expressivo, com a posição de maio encerrando o dia a 42,26 centavos de dólar, uma queda de 2,67% ou 1,16 centavo.
Apesar da desvalorização da soja, o dólar comercial encerrou a segunda-feira em alta de 1,13%, cotado a R$ 5,8545 para venda e R$ 5,8525 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,7732 e a máxima de R$ 5,8732. A valorização do dólar normalmente favorece as exportações brasileiras, mas não foi suficiente para evitar a retração nos preços internos da soja diante da pressão do mercado internacional.