O mercado brasileiro de soja retomou as atividades em ritmo lento após o Carnaval, refletindo uma queda dos contratos futuros da commodity durante o período. O recuo nos preços está ligado à intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o que impactou negativamente as cotações na Bolsa de Chicago.
Nesta quarta-feira (5), Chicago tenta uma recuperação, enquanto o dólar, que só reabre no período da tarde, pode influenciar o comportamento do mercado doméstico.
Acompanhando a retração da Bolsa de Chicago, os preços da soja caíram no Brasil na última sexta-feira (28). Os prêmios de exportação também registraram queda, enquanto a indústria manteve indicações mais firmes de compra.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 132,00 para R$ 130,00. Na região das Missões (RS), o preço caiu de R$ 133,00 para R$ 131,00. No Porto de Rio Grande, a cotação passou de R$ 134,00 para R$ 133,00. No Paraná, os preços se mantiveram estáveis, com a saca negociada a R$ 128,00 em Cascavel e a R$ 132,00 no Porto de Paranaguá.
Já em Mato Grosso, a saca em Rondonópolis caiu de R$ 117,00 para R$ 116,00, enquanto em Dourados (MS) o valor foi de R$ 120,00 para R$ 119,50. Por fim, em Rio Verde (GO), o preço permaneceu estável em R$ 113,00.
No cenário internacional, os contratos futuros da soja com entrega em maio registram valorização de 0,67%, cotados a US$ 10,05 3/4 por bushel. Após cinco pregões consecutivos de queda, os preços atingiram o menor patamar desde janeiro, e o mercado tenta uma recuperação técnica.
No entanto, as tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais continuam limitando a recuperação. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento das tarifas para 25% sobre importações do México e do Canadá, além de dobrar as taxas sobre produtos chineses para 20%.
Em retaliação, o Canadá impôs tarifas sobre US$ 30 bilhões em produtos americanos, enquanto a China anunciou novas taxas sobre produtos agrícolas dos EUA, que entrarão em vigor na próxima semana. O México também deve reagir com novas tarifas a partir de domingo.