Os preços do café tiveram uma queda na quinta-feira (27), revertendo os ganhos iniciais. Essa baixa foi impulsionada pela desvalorização do real em relação ao dólar, atingindo a mínima em 3 semanas. O real mais fraco estimula os produtores brasileiros a vender para exportação, o que resultou em liquidação nos futuros do café.
O Escritório Carvalhaes divulgou um boletim indicando um cenário preocupante para o mercado brasileiro de café no segundo semestre do ano-safra. A oferta restrita de café da safra atual nas mãos dos cafeicultores dificultará o atendimento tanto do consumo interno quanto das exportações nos próximos meses.
Essa escassez ocorre em um momento em que o mercado futuro do café arábica registra quedas nos principais vencimentos, com destaque para a baixa de 160 pontos no contrato de maio/25, que encerrou o dia cotado a 373,60 cents/lbp. O café robusta também apresentou desvalorização, com os contratos de março/25, maio/25 e setembro/25 registrando quedas de US$ 34.
Apesar da oferta limitada e das ondas de calor que podem afetar o desenvolvimento das lavouras da nova temporada, o mercado físico brasileiro também apresenta desvalorizações. O Centro de Pesquisa do Cepea destaca que essas quedas nos preços ocorrem mesmo diante de uma oferta restrita e das condições climáticas adversas.
No mercado interno, as negociações estão lentas devido à retração dos vendedores diante das bases de preços oferecidas pelos compradores. O Café Arábica Tipo 6 e o Cereja Descascado registraram quedas em diversas praças cafeeiras, como Varginha/MG, Campos Gerais/MG e Guaxupé/MG.