Alta no preço do milho é tendência e pode continuar

Atraso na safra e demanda aquecida sustentam valorização do cereal

- Da Redação, com Canal Rural
25/02/2025 09h57 - Atualizado há 1 mês

O preço da saca do milho registrou um aumento expressivo de 5,5% na última semana, impulsionado por fatores como o atraso na segunda safra, a crescente demanda interna e a possível entrada do México no mercado brasileiro. Segundo a plataforma Grão Direto, a redução na área plantada do milho safrinha, devido ao alto custo de insumos como ureia e diesel, tem desacelerado o plantio e influenciado a valorização do grão.
 

Mesmo com a entrada da nova safra no mercado, os preços seguiram em alta, refletindo também a incerteza em relação às linhas de crédito do próximo Plano Safra. Na Bolsa de Chicago, o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,90 por bushel, com queda de 1,21%. Já no Brasil, o contrato para março de 2025 na B3 teve uma valorização de 5,48%, encerrando a R$ 85,10 por saca. No mercado físico, as cotações também acompanharam essa alta, especialmente nas regiões produtoras com demanda mais aquecida.
 

O plantio do milho safrinha está avançando em Mato Grosso, atingindo a média dos últimos cinco anos, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No entanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a semeadura ainda está 12,7% atrás do ritmo da safra passada. Esse atraso pode levar a uma colheita tardia e menor oferta do cereal, pressionando ainda mais os preços.
 

A demanda pelo milho também segue firme, sustentada pela valorização do frango e do suíno vivo, além do crescimento da produção de etanol à base do cereal. A alta nos preços das proteínas mais acessíveis tem levado consumidores a migrar para essas opções, mantendo aquecida a procura pelo grão.
 

No cenário externo, o atrito comercial entre México e Estados Unidos pode beneficiar o Brasil. O México, maior comprador de milho norte-americano, pode buscar fornecedores alternativos, favorecendo as exportações brasileiras no segundo semestre. No entanto, o mercado interno aquecido pode tornar a comercialização doméstica mais competitiva em relação à exportação.

 

Notícias Relacionadas »