O primeiro bimestre de 2025 deve representar um recorde na movimentação de trigo no Brasil, somando 2,43 milhões de toneladas entre importações e exportações. O volume é 3,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e 1,2% maior que o recorde anterior, de 2022, quando o país movimentou 2,40 milhões de toneladas.
Nos primeiros dois meses do ano, o Brasil importou 1,24 milhão de toneladas de trigo e exportou 1,19 milhão de toneladas, conforme dados da Comex/Stat, ferramenta da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira, destaca que o Brasil ainda não é autossuficiente na produção do cereal. O consumo interno gira em torno de 12 milhões de toneladas anuais, enquanto as importações têm se mantido na faixa de seis milhões de toneladas. A produção nacional tem alcançado, em média, nove milhões de toneladas por safra.
Para a safra atual, planejada entre fevereiro e março, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a área plantada será semelhante à do ciclo passado, com cerca de três milhões de hectares. A produção esperada é de 9,2 milhões de toneladas.
“Importante lembrar que, quando falamos de trigo, não tratamos apenas de volume, mas também de qualidade, algo diretamente impactado pelo clima. Dependendo da qualidade dessas nove milhões de toneladas, podemos reduzir importações. Caso a qualidade seja inferior, as compras aumentam, assim como as vendas, uma vez que o trigo que não atende padrões para panificação é destinado para ração e exportado”, explica Ferreira.