A safra agrícola de 2025 está projetada para atingir um recorde histórico de 325,3 milhões de toneladas, representando um crescimento de 11,1% em relação ao desempenho de 2024, com um acréscimo de 32,6 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro, divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em comparação com o terceiro Prognóstico da Produção Agrícola de 2025, houve um aumento de 0,8% na estimativa, o que representa 2,7 milhões de toneladas adicionais. A área a ser colhida também deve crescer, totalizando 80,9 milhões de hectares, um aumento de 2,4% em relação a 2024, com uma expansão de 1,8 milhão de hectares. Em relação ao terceiro prognóstico, a estimativa de área colhida aumentou 0,6%, somando 472,1 mil hectares a mais.
O crescimento expressivo da produção está sendo impulsionado principalmente pela soja, cuja colheita deve atingir 166,5 milhões de toneladas, um aumento de 14,9% em relação a 2024. Apesar disso, houve uma leve retração de 0,6% no rendimento médio e de 0,4% na estimativa da produção em relação ao terceiro prognóstico, representando uma queda de 750,2 mil toneladas. Ainda assim, o rendimento médio anual deve crescer 11,7%, atingindo 3.519 kg/ha, consolidando a oleaginosa como principal cultura do país.
Além da soja, a produção de milho também deve crescer 8,2%, atingindo 124,1 milhões de toneladas. O milho de primeira safra deve aumentar 10,0%, alcançando 25,2 milhões de toneladas, enquanto o milho de segunda safra deve crescer 7,8%, chegando a 98,9 milhões de toneladas.
As projeções também indicam crescimento para o arroz, com alta de 8,3%, totalizando 11,5 milhões de toneladas, feijão, com aumento de 10,9% para 3,4 milhões de toneladas, algodão, com elevação de 1,6% para um novo recorde de 9,0 milhões de toneladas, e sorgo, que deve crescer 5,4%, chegando a 4,2 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção de trigo deve registrar uma retração de 3,3%, somando 7,3 milhões de toneladas.
O clima tem sido um fator determinante para o desempenho das lavouras, com chuvas regulares desde outubro e novembro, exceto na Região Sul, onde já há registros de estiagem. Segundo Carlos Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, o Rio Grande do Sul é o estado mais afetado, mas as perdas ainda não foram contabilizadas. As equipes do IBGE seguem em campo para atualizar as estimativas nas próximas divulgações.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou suas projeções, estimando uma colheita de 325,7 milhões de toneladas de grãos para a safra 2024/25, um crescimento de 9,4% em relação ao ciclo anterior. As diferenças entre os números da Conab e do IBGE se devem às metodologias distintas utilizadas, sendo que a Conab considera o ano-safra, enquanto o IBGE adota o ano civil.