As elevadas temperaturas no Rio Grande do Sul têm causado prejuízos à qualidade das lavouras e aumentado o número de decretos de emergência devido à estiagem, colocando em risco a safra de grãos do estado. Caso o intenso calor persista, a perda na soja pode ultrapassar 50%, de acordo com Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.
“Isso é menos renda para o produtor, menos renda aos municípios, para o estado e para o país, menos venda de produtos que vai refletir no emprego de muitas pessoas da cidade que tem emprego por conta do agricultor lá na ponta, então isso vai retrair o estado”.
Os produtores gaúchos enfrentam ainda um volume de dívidas de R$ 28,4 bilhões, correspondentes a prorrogações de crédito de temporadas anteriores e ao custeio do plantio atual.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) constatou uma diminuição significativa nas contratações do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Um dos principais fatores que contribuem para essa redução é a burocracia envolvida no processo de obtenção dos recursos do programa.
O número de contratos de seguro rural caiu de 163 mil em 2022 para 129 mil nesta safra, representando uma queda de quase 20%. Sem esse seguro, os produtores ficam desprotegidos contra perdas na lavoura e perdem o acesso a benefícios como assistência técnica, garantia de renda mínima e financiamentos do Pronaf e do Pronamp.