Em 2021, a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris se consolidou como uma marca registrada do governo de Donald Trump, que repetiu a medida agora em 2025. Com a assinatura da ordem executiva, os EUA, segundo maior emissor de gases de efeito estufa, afastam-se do pacto internacional que visa limitar o aumento da temperatura global e evitar os piores impactos da crise climática. A decisão ressoa como um golpe para aqueles que lutam por um futuro mais sustentável, mas, por outro lado, especialistas afirmam que o Acordo de Paris segue firme, mesmo sem a participação dos Estados Unidos.
O presidente Trump justificou a saída do acordo alegando que ele era injusto para os EUA, comparando o país com a China, o maior emissor global. Contudo, ao focar em petróleo e gás, a administração não reconhece a realidade das mudanças climáticas e o impacto que essas ações terão no planeta. Para ele, a expansão do setor de combustíveis fósseis é a chave para garantir a competitividade da nação, ignorando, talvez intencionalmente, o avanço de energias limpas, como solar e eólica, que ocupam cada vez mais espaço no mercado global.
Apesar da decisão de Trump, o impacto no Acordo de Paris não é definitivo. A ação coloca os EUA entre os poucos países fora do tratado, como Irã e Iémen, mas não inviabiliza sua continuidade. Com os maiores emissores de gases de efeito estufa ainda comprometidos, como a China e a União Europeia, o tratado segue relevante para limitar o aquecimento global, mesmo com a ausência de um dos maiores poluidores. No entanto, especialistas alertam que a falta de um papel ativo dos EUA pode gerar um efeito de desmobilização internacional. Outros países podem questionar seus compromissos, enfraquecendo o impacto do tratado.
O efeito prático dessa decisão pode ser sentido nas futuras metas climáticas, que deixariam de ser obrigatórias para os EUA, e a possibilidade de um aumento de 4 bilhões de toneladas métricas de CO2 na atmosfera até 2030, de acordo com estimativas do Carbon Brief. Isso é equivalente às emissões anuais combinadas da União Europeia e do Japão. No entanto, a grande preocupação está em como a economia dos EUA será impactada. Enquanto o mundo investe pesadamente em energias renováveis, os Estados Unidos podem se afastar dessa tendência, colocando-se em desvantagem frente a mercados emergentes como a China.
A boa notícia é que, mesmo com a retirada, mais de 4 mil governadores, prefeitos e líderes empresariais dos EUA prometeram manter os compromissos climáticos, mostrando que o movimento em prol do clima continua forte no país. Além disso, a participação da China e da União Europeia na negociação de políticas climáticas pode fortalecer as ações globais, deixando os EUA para trás em uma transição mundial para uma economia de baixo carbono.
A retirada de Trump é um retrocesso importante para o combate às mudanças climáticas, mas os próximos passos de outros países, bem como o fortalecimento do Acordo de Paris, nos lembram de que ainda há esperança. O caminho é longo, e o planeta não pode esperar por mais revezes.