O mercado brasileiro de soja iniciou 2025 em forte valorização, com preços subindo até 11% ao longo de janeiro, impulsionados pelo avanço das cotações na Bolsa de Chicago (CBOT). A escassez hídrica na Argentina e no Sul do Brasil, além do excesso de chuvas em algumas regiões produtoras, pode reduzir a oferta global da oleaginosa, elevando ainda mais os preços.
As principais praças do país registraram aumentos expressivos, como Passo Fundo (RS), onde a saca subiu de R$ 120 para R$ 133 (+10,8%), e o porto de Paranaguá (PR), que saltou de R$ 118 para R$ 131 (+11%). O movimento seguiu a recuperação dos contratos futuros em Chicago, onde o bushel fechou janeiro cotado a US$ 10,42 ¼, o maior patamar desde outubro.
A recente alta foi impulsionada pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou um quadro de oferta e demanda mais ajustado, além das previsões climáticas adversas na América do Sul. No Brasil, o excesso de chuvas no Centro-Oeste atrasa a colheita, enquanto no Rio Grande do Sul a estiagem ameaça a produtividade.
O impacto da valorização só não foi maior devido à queda do dólar, que recuou 5,28% em janeiro, fechando o mês em R$ 5,85. Ainda assim, o nível do câmbio mantém a soja brasileira competitiva no mercado externo, reforçando a expectativa de preços sustentados para os próximos meses.
