O mercado físico do boi gordo enfrentou pressão significativa na última semana, com muitas tentativas de compra sendo feitas a preços mais baixos na última sexta (31). Segundo a consultoria Safras & Mercado, essa tendência de queda pode persistir, especialmente na primeira quinzena de fevereiro.
De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o principal fator para essa pressão foi o arrefecimento da demanda doméstica, combinado com o aumento da oferta de fêmeas na região Norte. No entanto, ele destaca que a entrada de salários na economia pode proporcionar alguma recuperação no consumo, o que poderia resultar, ainda que de forma tímida, em uma retomada dos preços.
Os preços médios da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização mostram uma leve queda, com São Paulo registrando R$ 325,08, Goiás em R$ 307,86, e Minas Gerais a R$ 314,41. No mercado atacadista, os preços permanecem acomodados, com o quarto traseiro cotado a R$ 24,50 por quilo e os cortes dianteiro e ponta de agulha mantendo preços estáveis de R$ 17,50 por quilo.
Apesar disso, a expectativa é de uma recuperação tímida nos preços, especialmente para os cortes dianteiro e ponta de agulha. No entanto, o consumo ainda se concentra em proteínas de menor valor agregado, como carne de frango, ovos e embutidos, o que pode limitar a retomada da carne bovina.
O câmbio também apresentou impacto, com o dólar comercial encerrando a semana em baixa, negociado a R$ 5,8354, o que pode influenciar nos custos e nas exportações de carne bovina.
